COP17 arranca hoje em Durban e pede-se “plano B” para o planeta
A mais importante reunião anual mundial sobre o clima começa hoje em Durban e exige-se um acordo climático bem-sucedido, avança a edição online do Sol. Apesar da anunciada desistência de países como o Canadá, Rússia e Japão ou do alheamento dos Estados Unidos, a Europa e os países em desenvolvimento já demonstraram vontade de sair da África do Sul com compromissos.
A 17ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas será no “fio da navalha” e tem de começar com a continuação de um segundo período do Protocolo de Quioto, que expira em 2012, e da abertura de um caminho para um acordo global a ser concretizado em 2015 (porque 2020 será demasiado tarde!). Os países desenvolvidos devem fixar objectivos entre 25 a 40% de redução de gases de efeito de estufa até 2020, sem recorrerem a estratégias camufladas de contabilização, por exemplo, enquanto os países em desenvolvimento devem moderar o peso cada vez maior das suas emissões, através do registo de acções nacionais de mitigação.
Se não for invertido o cenário actua de queima de combustíveis fósseis, o planeta atingirá, em 2017, os níveis de emissões de carbono inicialmente previstos para 2035, o que torna inevitável um aumento de dois graus Celsius em relação à era pré-industrial. Segundo a Agência Internacional de Energia, cada euro investido em tecnologias mais limpas até 2020 representa 4,30 euros evitados para lidar com as alterações climáticas após esse ano.
Para a Quercus, que estará presente no encontro, existe uma grande diferença entre aquilo que Portugal anuncia e o que realmente concretiza em termos de alterações climáticas. O programa do Governo, por exemplo, destaca a eficiência energética como uma prioridade, mas, em contrapartida, Portugal é contra uma meta vinculativa, desde já, para 2020. Portugal não deverá ir além do aumento 27 por cento entre 1990 e o período 2008-2012, mas “muitas das medidas, por exemplo, associadas ao setor dos transportes, acabaram por não ser implementadas”.
A COP17 prolonga-se até 9 de Dezembro (eventualmente até sábado, dia 10), num continente onde as alterações climáticas têm posto em causa a sobrevivência de milhares de crianças e onde a segurança alimentar não consegue ser garantida.