COP21: sociedade civil pede a ministros para aumentar a ambição na recta final



Foi conhecido ontem à tarde um novo texto do Acordo de Paris, que tem de estar fechado até amanhã, como reforçou o ministro francês Laurent Fabius, que preside à 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.

Neste momento, os cerca de 200 países presentes em Paris têm dois caminhos possíveis: o primeiro, de conseguir um acordo ambicioso que consiga colocar o mundo do objectivo do limite de aumento de 1,5ºC / 2ºC e, para tal, é preciso uma linguagem reforçada; o outro, um acordo fraco sem mecanismos para que se possa melhorar a ambição do mesmo.

“O texto divulgado esta tarde tem algumas melhorias, mas é preciso mais”, explicou em comunicado Ana Rita Antunes, uma das representantes da ONG portuguesa Quercus na Cimeira do Clima. Os parágrafos em aberto foram reduzidos para um quarto. Há uma referência ao limite de 1,5ºC e [outra] à importância de lidar com as “perdas e danos”. As visões de longo prazo continuam no texto, mas a sua extensão ainda continua entre parêntesis.

“Mas é preciso mais. E é preciso que a União Europeia faça mais nesta reta final. É necessário que o mecanismo de revisão da ambição fique no texto de forma clara e que esta revisão comece ainda antes de 2020 para acelerar a redução de emissões de gases de efeito de estufa”, continua a coordenadora do Grupo de Energia e Alterações Climáticas da Quercus.

De acordo com a responsável, é necessário que, no objectivo de longo prazo, fique no texto a descarbonização da economia até 2050, de forma a que seja possível a transição da economia baseada em combustíveis fósseis para uma economia baseada em energias renováveis e eficiência energética.

É ainda necessário um texto mais claro sobre as consequências e necessidades de apoio à adaptação e perdas e danos das comunidades mais vulneráveis e os mecanismos de financiamento aos mesmos.

“Os líderes mundiais têm agora a última oportunidade para agarrarem este movimento que cresce aqui na capital francesa – ontem à tarde manifestaram-se centenas de activistas dentro do recinto da COP21 – e conseguir o Acordo de Paris que os cidadãos de todo o mundo esperam deles”, conclui a especialista.

Recorde-se que a Quercus fará parte da delegação oficial de Portugal enquanto representante das organizações não-governamentais de ambiente, fazendo-se representar em Paris, desde terça-feira, pelo presidente, João Branco, e por Ana Rita Antunes. Pode acompanhar tudo o que se passa em Paris no blog A Caminho de Paris.

Foto: COP PARIS / Creative Commons





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