COP28: Portugal entre 123 países que se comprometem a triplicar renováveis até 2030
Portugal está entre os 123 países que se comprometeram hoje a triplicar a produção de energias renováveis e a duplicar a eficiência energética até 2030, anunciou a secretária de Estado da Energia e Clima.
“Portugal e 122 outros países comprometeram-se com uma aliança para triplicar a produção de renováveis e duplicar a eficiência energética”, disse Ana Fontoura Gouveia, em declarações aos jornalistas na 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), a decorrer no Dubai.
O compromisso foi assumido numa reunião ministerial dedicada à energia, tema que está hoje em destaque na cimeira, e representa, para a secretária de Estado, mais um progresso na ambição de alcançar compromissos robustos com vista à redução dos combustíveis fósseis.
“A Agência Internacional de Energia apresentou estas duas metas muito tangíveis e isso permite que a cada um dos países ter uma bússola sobre aquilo que deve fazer individualmente”, sublinhou, considerando que existe um cada vez maior entendimento de que não há tempo a perder no combate às alterações climáticas.
Na lista de 123 países, estão também os Emirados Árabes Unidos, país anfitrião da COP28 e um dos maiores produtores de combustíveis fósseis.
Ana Fontoura Gouveia comentou também a polémica recente que envolveu declarações do presidente da COP28, entendendo que a clarificação de Sultan Al-Jaber envia “um sinal muito claro sobre a ambição”.
No domingo, Al Jaber disse ter bem presente que os combustíveis fósseis devem ser progressivamente diminuídos e abandonados, após declarações polémicas a questionar a ciência e a meta de redução de 1,5ºC no aquecimento global.
No entender da governante portuguesa, o presidente da COP28 tem mantido a fasquia elevada e atuado como um líder no que respeita a “orientar aquilo que devem ser os resultados”, mas reconhece que nem todos os países partem das mesmas posições.
“Claro que há países que defendem a eliminação dos combustíveis fósseis e que defendem que tecnologias de compensação dessas emissões devem ser usadas apenas em casos excecionais, quando não temos alternativas. Nem sempre é esse o entendimento dos países produtores de petróleo”, explicou.
“Por isso é que aqui estamos, para encontrar plataformas de entendimento e para encontrarmos uma linguagem que nos permita fazer o que é mais importante que é em cada um dos nossos países agirmos no sentido da eliminação progressiva dos combustíveis fosseis até à sua total eliminação”, acrescentou, por outro lado.
A propósito do papel de Portugal, Ana Fontoura Gouveia defendeu que tem sido um exemplo, mostrando que o caminho no sentido da transição energética e da descarbonização tem resultados económicos financeiros, permite atrair investimento e criar emprego.