Crianças de sete anos trabalham em minas de cobalto usado nos smartphones



Quando pega no seu smartphone, certamente não fará ideia que a bateria de lítio que o sustenta utiliza, entre outros, cobalto recolhido por crianças de sete anos em minas da República Democrática do Congo, em condições desumanas. Mas é isso que diz o novo relatório da Amnistia Internacional, que investigou a origem do cobalto utilizado nas baterias dos telemóveis, computadores e outros milhões de gadgets usados em todo o mundo.

Segundo a organização humanitária, o cobalto acaba em aparelhos eléctricos e electrónicos de marcas como Apple, Microsoft ou Vodafone, num total de baterias de lítio utilizadas por 16 marcas multinacionais.

“[Nas minas do Congo], as crianças e jovens adultos são pagas a 91 cêntimos por dia, trabalhando em condições que arriscam a sua vida, sendo sujeitas a violência, extorsão e intimidação”, escreve o Guardian.

Mais de metade do cobalto mundial provém do Congo, sendo que 20% deste é recolhido de minas artesanais existentes no sul do país. Em 2012, a UNICEF estimou que 40.000 pessoas trabalhavam em todas as minas do sul do país, muitas delas de cobalto.

Desenvolvido em parceria com a African Resources Watch (Afrewatch) uma ONG africana que se foca nos direitos humanos na indústria da mineração e extracção, o estudo da Amnistia Internacional entrevistou 90 adultos e crianças que trabalham em cinco minas artesanais de cobalto. Eles relataram uma jornada de trabalho de 12 horas sem roupa adequada e que, como resultado, lhes originava problemas de saúde.

O relatório explicou ainda que crianças a partir dos sete anos transportam cargas pesadíssimas e trabalham em situações de calor intenso, sem máscaras ou luvas. Há relatos de crianças espancadas por guardas de segurança contratados pelas empresas que exploram as minas e outras que são obrigadas a pagar multas a responsáveis enviados pelas autoridades para, ironicamente, garantir que as condições de trabalho estão dentro da lei.

Leia o relatório.





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