Derrame de petróleo com 14 anos continua a poluir Oceano Atlântico



Talvez não saiba, mas o Golfo do México está a ser poluído com centenas de milhares de litros de petróleo por dia, desde 2004. Esta é uma daquelas notícias que parece inacreditável dado que, até agora, o desastre que originou esta catástrofe ambiental esteve fora dos meios noticiosos.

Tudo começou em 2004, quando um furacão destruiu uma plataforma de petróleo no Golfo do México. A plataforma pertencia à, agora extinta, empresa Taylor Energy. Depois do afundamento da plataforma, os responsáveis da Taylor Energy indicaram que a fuga de petróleo, a cerca de 20km da costa do Luisiana, era mínima.

Em 2010, aquando do desastre Deepwater Horizon, da BP, os ativistas locais sobrevoaram a zona para averiguar o tamanho da mancha de petróleo e descobriram uma muito maior, que não estavam à espera. Demorou algum tempo até que as organizações ambientais do Louisiana percebessem o que se passava, mas em 2012 processaram a Taylor Energy pelo desastre ambiental provocado. Três anos depois, a empresa chegou a acordo e afirmou que a fuga tinha sido resolvida e que não havia provas de que o petróleo continuasse a jorrar do fundo do mar.

 

Mentiras e mais mentiras
Todavia, e tal como se veio a mostrar agora, a fuga não é mínima. Na realidade, é 20 vezes maior do que a Taylor Energy afirmou. Entre 2004 e 2017, entraram para o oceano entre quatro a 18 milhões de litros de petróleo. Todavia, mesmo esta estimativa é provavelmente baixa, tento em conta que foi feita tendo em conta dados fornecidos pela Taylor Energy.

O Departamento de Justiça dos EUA estima que estejam a entrar o oceano entre 40 a 112 mil litros de petróleo todos os dias.

Na altura em que o processo entrou em tribunal, a Taylor Energy, entretanto vendida à Korea National Oil Corporation e Samsung C&T Corporation em 2008, teve que criar um fundo especial de 666 milhões de dólares para lidar com o desastre. Agora, o único funcionário que resta da empresa está a processar o governo dos EUA para recuperar os 400 milhões de dólares que ainda existem no fundo e nunca foram usados para resolver o problema. Segundo William Pecue, presidente da Taylor Energy, a empresa não tem culpa do que aconteceu porque o furacão foi “um ato de deus”.





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...