Desastres naturais impactam a saúde mental a longo prazo



Há quem acredite que o que não nos mata, torna-nos mais fortes, no entanto, este estudo vem comprovar que nem sempre esse é o caso. Uma investigação da Escola de Saúde Pública da Universidade A&M do Texas indica que a exposição repetida a grandes desastres naturais piora a saúde mental.

As regiões da Costa do Golfo dos Estados Unidos estão mais expostas a estes fenómenos. O Estado do Texas tem experienciado, nos últimos 20 anos, vários desastres naturais, entre eles furacões, secas e cheias – um total de 33 definidos como “grandes desastres” pela Agência Federal de Gestão de Emergências. Além disso, a região também sofreu situações de emergência, como explosões e libertação de produtos químicos em estabelecimentos industriais.

Os cientistas decidiram avaliar os impactos destes acontecimentos nos habitantes de Houston, quer a nível de saúde mental, quer a nível físico. As respostas demonstraram que a maioria dos inquiridos esteve exposto a vários eventos perigosos nos últimos 5 anos, prevalecendo os furacões e as cheias (96.3%), os incêndios industriais (96%), o derrame de produtos químicos (86%) e os tornados (79%). Nas pessoas que assistiram a dois ou mais desastres, os níveis de saúde mental desceram notavelmente, em comparação aos níveis esperados a nível nacional.

“A saúde mental é frequentemente negligenciada na preparação e na resposta a exposições de risco. No entanto, para alcançar os esforços de resiliência em comunidade, as condições mentais precisam ser tidas em conta”, explica Garett Sansom, autor principal do estudo.

Os investigadores consideram que devem haver ações de intervenção na saúde pública, direcionadas especialmente às comunidades mais vulneráveis, de forma a garantir a saúde mental.





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