Desvendado mistério do lince branco avistado em Espanha?



Esta semana, imagens que alegadamente mostram um lince-ibérico (Lynx pardinus) branco nas montanhas da região espanhola de Jaén causaram furor nas redes sociais online.

Na sua página do Instagram, o autor das fotografias e dos vídeos, Ángel Hidalgo, descrevia o animal como “o fantasma branco do bosque mediterrânico”. O fotógrafo amador de vida selvagem dizia tratar-se de um lince-ibérico com pelagem de inverno.

 

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Após a publicação das imagens na internet, começaram a surgir possíveis explicações. Uma, veiculada inicialmente pelo jornal local “Hora Jaén”, apontava para um caso de leucismo, uma condição genética que provoca a despigmentação da pelagem, à semelhança do albinismo. Contudo, contrariamente ao albinismo, o leucismo não faz com que o pêlo do animal fique totalmente branco nem faz com que os olhos adquiram tonalidades avermelhadas.

 

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O periódico espanhol diz ter recebido confirmação por parte de especialistas em linces de que se trata de uma imagem real, não fruto da Inteligência Artificial como alguns diziam ser, e que é realmente um lince com leucismo, “o primeiro documentado oficialmente em Espanha e, possivelmente, em todo o mundo, dado que a espécie é endémica da Península Ibérica”.

Contudo, há quem discorde dessa avaliação. Relata o jornal “El Mundo” que o lince das imagens não é um animal com leucismo, mas está apenas afetado com uma condição temporária e reversível, presumivelmente provocada pelo stress ou outro fator ambiental, que resulta em alterações na produção de melanina e, assim, na perda de pigmentação da pelagem. Mais tarde, o “Hora Jaén” acabou por esclarecer que, embora inicialmente tenha sido informado de que se tratava de um caso de leucismo, os especialistas estavam agora mais inclinados para fatores ambientais.

Citado pelo “El Mundo”, Javier Salcedo, coordenador do Plano de Recuperação do Lince-ibérico na Andaluzia, este não é caso único, pois já anteriormente se havia registado uma fêmea, possivelmente relacionada com o indivíduo agora captado em imagens, com a mesma condição.

O especialista explica que a perda de pigmentação não representa qualquer risco para a saúde do animal, que, com o tempo, recuperará a aparência habitual da sua espécie.

“Esta não é uma descoberta genética excecional, mas sim um lembrete do quão sensíveis estes animais são ao seu ambiente”, aponta Salcedo.






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