Dez árvores abatidas no eixo da Marechal no âmbito das obras do ‘metrobus’ do Porto



Dez árvores serão abatidas no separador verde central da Avenida Marechal Gomes da Costa devido às obras do ‘metrobus’ do Porto, confirmaram à Lusa a Metro e a câmara municipal, salientando o saldo ambiental positivo da intervenção.

De acordo com informação adiantada à Lusa pela Metro do Porto, haverá “10 abates de choupos no separador verde da Marechal Gomes da Costa (por indicação da Câmara Municipal do Porto)”.

Questionada pela Lusa, fonte oficial da autarquia liderada por Rui Moreira (independente) refere que “os serviços municipais deram parecer favorável ao pedido de abate dos choupos”, mas vindo da Metro do Porto no âmbito do processo de licenciamento da obra.

Apesar do abate dos choupos-negros, o separador central da avenida permanecerá arborizado com 113 espécies que existem atualmente: 95 lódãos-bastardos, 15 freixos-de-folha-estreita, duas faias e um cipreste-da-califórnia, segundo a Câmara do Porto.

A Metro do Porto aponta que serão ainda plantadas 15 novas árvores na Avenida Marechal Gomes da Costa, destacando que o saldo final de toda a intervenção no âmbito da primeira fase do ‘metrobus’ será positivo em 117 árvores, já que antes da intervenção havia 280 árvores no eixo Casa da Música-Império, e passará a haver 397.

A manutenção do separador central da Marechal praticamente intacto sempre foi uma das ‘bandeiras’ do projeto do ‘metrobus’ quando foi anunciado em 2021, mas em maio de 2022 o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, já tinha admitido um abate na parte inicial da avenida.

Quanto aos choupos abatidos, segundo a Câmara do Porto, com a obra do ‘metrobus’ “houve a necessidade de reajustamento da guia do lancil e reestruturação do sistema de rega de todo o separador colocado no interior da guia, onde se fragilizaram algumas raízes, potenciando assim o aparecimento de fungos”.

Além disso, nos últimos anos registaram-se “quatro ocorrências de queda de pernadas/ramos nestes espécimes”, que “apresentam uma resposta débil quando atacados por fungos patogénicos”, pelo que o abate seria “a melhor escolha por forma a garantir a segurança de pessoas e bens”.

Segundo a autarquia, o choupo-negro é “cada vez menos recorrente na arborização de espaços urbanos” devido a “fatores estruturais e biomecânicos”, já que é “difícil de trabalhar ao nível da poda e adaptação à silhueta urbana, pois tende a apresentar fraco vigor vegetativo para formar copa, sendo pouco tolerante a podas”.

“Além disso, tende a apresentar problemas de fratura de ramos principais devido à baixa densidade da madeira, sendo uma espécie muito suscetível a ataques fúngicos, à degradação da madeira e à formação de cavidades”, completa a Câmara do Porto.

No total, na primeira fase do ‘metrobus’, segundo a transportadora responsável pela obra, serão plantadas 190 árvores novas (175 na Avenida da Boavista e 15 na Marechal), serão realizados 45 transplantes e 73 abates.

Já quanto à segunda fase do ‘metrobus’ (Pinheiro Manso-Praça Cidade do Salvador [Anémona]), o saldo final de abates, transplantes e plantações ainda não é conhecido, mas os documentos do concurso referem que os choupos e ligustros são plantas que, “além de serem plantadas em caldeiras estritas, já se encontram plantadas há vários anos, o que torna o seu transplante pouco viável”.

“A razão que leva ao abate ou transplante das árvores ao longo destes tramos da linha deve-se ao facto de estas colidirem com o traçado do BRT [‘metrobus’]”, referem os documentos da segunda fase, a que a Lusa teve acesso.

Está ainda previsto o transplante “de vegetação arbórea existente no separador central da Avenida da Boavista”, e as árvores plantadas nos últimos anos junto ao Parque da Cidade “terão, na sua maioria, viabilidade para o transplante direto ou, no caso da programação de obra não o permitir, no transplante com armazenamento temporário em viveiro, pelo que está previsto o transplante de todos os exemplares” nas proximidades.





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