Duas novas espécies de anfíbios extintas há 278 milhões de anos descobertas no Brasil
Duas espécies de anfíbios já extintas foram descobertas na região nordeste do Brasil, junto aos restos do réptil mais antigo da América do Sul, anunciou hoje o Museu de História Natural de Londres.
Os dois anfíbios, similares às modernas salamandras, viveram há 278 milhões de anos e os seus fósseis foram encontrados por uma equipa internacional que incluía cientistas da instituição londrina, do Brasil e da Argentina, entre outros países. A descoberta foi partilhada na Nature Communications.
“Esta descoberta preenche uma importante lacuna geográfica em nossa compreensão sobre a evolução e adaptação dos anfíbios”, explicou o Museu Natural de Londres em um comunicado.
Os fósseis foram encontrados nos estados do Piauí e Maranhão e encontram-se agora preservados na Universidade Federal do Piauí, em Teresina.
Uma dessas espécie, timonya annae, era um animal de 40 centímetros que, nas palavras do Museu de História Natural, “parecia um cruzamento entre uma salamandra mexicana moderna e uma enguia”.
A outra espécie descoberta é a procuhy nazariensis, próxima à Timonya, e de um porte similar.
Até agora, acrescenta a instituição, o conhecimento sobre os vertebrados quadrúpedes deste período pré-histórico limitava-se à América do Norte e Europa Ocidental, não existindo outras informações sobre os animais que viviam no sul do Trópico.
“Agora que sabemos que os seus parentes distantes habitavam num vasto sistema de lagos na região tropical do supercontinente da Pangeia, em zonas que hoje correspondem ao nordeste do Brasil, podemos saber mais sobre a sua abundância, paleobiologia e sobre a amplitude de sua distribuição longe do equador”, explicou a britânica Martha Richter.
Os pesquisadores também descobriram a mandíbula de um réptil similar ao captorhinus aguti, um lagarto que se encontra na América do Norte e que é o fóssil de réptil mais antigo achado na América do Sul, tendo cerca de 278-280 milhões de anos, afirmou ainda Richter.
“Mais de 90% das espécies da Terra se extinguiram no final do período Pérmico, o último da era Paleozoica, porque as condições se tornaram muito inóspitas”, explicou Richter.
[nggallery id=2387 template=greensavers]