É preciso acelerar a Economia Circular na UE, diz Agência Europeia do Ambiente. E reciclagem não é suficiente
A União Europeia quer duplicar a presença de materiais reciclados na economia regional até 2030, mas uma análise divulgada hoje pela Agência Europeia do Ambiente alerta que é preciso “acelerar o passo” em direção a uma economia verdadeiramente circular. Para isso, é necessário reforçar a reciclagem e reduzir o uso de matérias-primas virgens.
De acordo com o relatório, em 2021 11,7% de todos os materiais usados pelos 27 Estados-membros provieram de resíduos reciclados, um aumento face aos 8,3% que se registaram em 2004. Ainda assim, a manter-se essa trajetória, não será suficiente para aumentar para o dobro a taxa de utilização circular de materiais nos próximos sete anos.
Diz a Agência Europeia do Ambiente que a reciclagem de resíduos, por si só, não permitirá alcançar as metas traçadas por Bruxelas, pelo que deverá ser reforçada pela redução geral do uso de materiais.
Por exemplo, aumentar dos atuais 40% para 70% a reciclagem de todos os resíduos tratados, reduzir em 15% a introdução de novos materiais na economia e cortar em 34% o uso de fontes fósseis permitirá, nos cálculos da agência, aumentar para 22% da taxa de circularidade de materiais na UE até 2030, chegando perto do objetivo.
Mesmo que se aumentasse a taxa de reciclagem para 90%, sem atuar nas restantes vertentes, só em 2050 seria possível chegar a um nível de circularidade duas vezes superior ao que atualmente temos.
Além disso, é imperativo fortalecer a reciclagem dos minerais não-metálicos, como os que são usados no setor da construção, “pois estes representam cerca de metade de todos os materiais usados na UE”, escreve a agência em comunicado. Por outro lado, deverão ser também implementadas medidas “que se foquem na redução do consumo de combustíveis fósseis” e que ajudem a tornar a produção de biomassa mais sustentável.
Embora reconheça que a redução dos resíduos é “uma das principais estratégias para alcançar uma economia circular, porque pode ajudar a reduzir o uso de recursos, a maximizar a vida útil dos produtos e materiais, e a promover a procura por produtos mais sustentáveis”, a Agência Europeia do Ambiente salienta que “continua a ser difícil estabelecer uma ligação entre as políticas de prevenção de resíduos e a geração de resíduos na UE”.