Ecologista pioneira Ruth Patrick morre aos 105 anos



Morreu Ruth Patrick, cientista cuja pesquisa sobre os ecossistemas de água doce conduziu a formas inovadoras de medir a poluição em rios e lagos. Tinha 105 anos.

Ruth, galardoada com dezenas de prémios científicos, morreu na semana passada na Pensilvânia, Estados Unidos. Foi reconhecida pela criação de uma abordagem que avalia a saúde de um lago, ribeiro ou rio, analisando a quantidade, diversidade e saúde das suas plantas, insectos, peixes e outros organismos – ou seja, não analisava apenas a qualidade da água.

“Basicamente, ela demonstrou que a diversidade biológica pode ser usada para medir o impacto ambiental”, frisou o biólogo Thomas Lovejoy, segundo o Huffington Post.

Ruth também desenvolveu uma ferramenta capaz de detectar a poluição da água através da medição de algas microscópicas chamadas diatomáceas. Acredita-se que tenha sido a primeira cientista a reconhecer que diferentes tipos de diatomáceas preferem diferentes ambientes e que, portanto, podem lançar pistas sobre a qualidade da água.

A cientista passou quase toda a sua carreira na Academia de Ciências Naturais, em Filadélfia. Continuou a trabalhar lá mesmo depois de atingir os 90 anos. Entre os prémios recebidos ao longo da carreira está a Medalha Nacional de Ciência, atribuída pelo presidente Bill Clinton em 1996.

Ruth ensinou limnologia e botânica na Universidade da Pensilvânia durante mais de 35 anos e escreveu mais de 200 artigos científicos e vários livros sobre meio ambiente. Ela surgiu pela primeira vez na Academia em 1933, como estudante das diatomáceas – usava calças em vez de vestidos para melhor combinar com os seus colegas do sexo masculino.

Nasceu em Topeka, Kansas, em 1907. Começou a interessar-se pelas ciências naturais com apenas cinco anos de idade, quando o pai a levou a expedições na floresta perto da casa da família. Com sete anos, recebeu o seu primeiro microscópio.

Estudou biologia e recebeu o grau de bacharel em 1929, pelo Coker College – seguiu-se o mestrado em 1931 e o doutoramento em botânica em 1934, ambos pela Universidade de Virgínia.

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