Empreendedor quer exportar saco do pão português para padarias de todo o mundo (com FOTOS)
Um dia, o empreendedor André da Silva, um apaixonado por projectos de sustentabilidade, foi ao baú da sua avó buscar os antigos sacos de pão, importantes peças do dia-a-dia de antigamente, enraizados num tempo em que os sacos de plástico não eram vulgares e a cultura do descarte ainda andava longe.
Esta busca pelo passado acabou por lhe dar uma ideia de negócio. “Comecei a usar uns sacos de pão antigos, os que estavam no baú, e eles eram sempre motivo de conversa bem-disposta com as funcionárias da padaria”, explicou o empreendedor ao Green Savers.
Em conversa com um amigo padeiro, André ficou “impressionado com a quantidade de sacos comprados”, por estes, por mês. “Alguns já me confessaram que não sabem por quanto tempo vão continuar a poder oferecer os sacos aos clientes”, explicou.
Foi então que surgiu a ideia de comercializar sacos do pão, uma ideia antiga mas que faz cada vez mais sentido na nossa realidade: a ecológica e financeira. “Vivo numa cidade e pergunto-me muitas vezes como posso diminuir o meu impacto ambiental, ajudando as pessoas a fazer o mesmo. E o Saco pa-pão foi uma das soluções que nos surgiu”, explica André.
O Saco pa-pão é o resultado desta buscar por sustentabilidade e poupança económica para os profissionais da panificação – e, indirectamente, para as famílias.
Estratégia de negócio
A equipa do Saco pa-pão escolheu as padarias, claro, como local “óbvio” para vender o produto. Parte do trabalho é sensibilizar os clientes para o benefício, para todos, do Saco pa-pão, mas a equipa foi mais longe e “obrigou-se” a desenvolver sacos com tecido de algodão 100% biológico, da NaturaPura, utilizando as cores da natureza (verde, castanho e cru).
Assim, não há qualquer tipo de estampagem ou corante. Para a sua produção, são aproveitadas as sobras utilizadas por esta empresa para fazer lençóis, os quais são exportados para hotéis de todo o mundo.
Os Sacos pa-pão estão disponíveis em confeitarias e padarias de várias cidades do País, como Matosinhos, Porto, Lisboa, Gaia, Viseu e Figueira da Foz. É ainda possível adquiri-lo online, sendo o envio pelo ecológico correio verde gratuito. Os preços variam entre os 6,90€ para o saco mais pequeno e 8,50€ para o maior.
Os Sacos pa-pão têm ainda certificação, com o Rótulo Ecológico Europeu, o que significa que têm um impacto ambiental diminuto, desde a extracção do algodão à produção do saco, passando ainda pela sua utilização.
André da Silva já pensa em expandir o Saco pa-pão para outros países, mesmo a curto prazo, “Vi algumas padarias, nas minha viagens pela Europa, Ásia e Médio Oriente, que já usam os seus sacos próprios, mas não conheço nenhuma que esteja a distribuir o produto, como nós. Muito menos com os atributos ecológicos e responsáveis do Saco pa-pão”, explica o empreendedor.
Assim, André quer chegar, já em 2014, a Paris, Roma, Madrid, Berlim, Londres, Copenhaga, Estocolmo ou Hong Kong. “Estamos a preparar mais produtos deste género, e prevemos ter os sacos em experiência em várias destas cidades”.
As contas de poupança são fáceis de fazer. Se um português for à padaria 300 vezes por ano e usar o Saco pa-pão metade das vezes, a poupança no final do ano são de menos 150 sacos de plástico. Se 100 pessoas o fizeram, a poupança chega aos 15 mil sacos de plástico poupados, e se um milhão de pessoas o fizer, serão 150 milhões de sacos por ano.