Ervas marinhas libertam metano mesmo quando já estão mortas



As pradarias marinhas são importantes ecossistemas, não só por serem habitat para diversas espécies, mas também pela sua função de sequestro de dióxido de carbono da atmosfera. Sabe-se agora que as ervas marinhas continuam a libertar metano para a atmosfera, mesmo quando já estão mortas. A descoberta foi divulgada por investigadores do Instituto Max Planck de Microbiologia Marinha em Bremen, na Alemanha, que estudaram o que potencia e controla esta função.

O estudo revela que o metano é emitido através de uma classe de compostos orgânicos formados pelas próprias plantas, como a betaína, que ajuda a espécie nas mudanças de salinidade da água. “Esses chamados compostos metilados são produzidos pela própria planta de ervas marinhas. As arqueobactérias archaea metanogénicas, microrganismos especializados, convertem esses compostos em metano”, explica a Sina Schorn, do Departamento de Biogeoquímica do Instituto.

Quando analisaram os dados e as amostras recolhidas numa pradaria, o grupo percebeu que as taxas de produção de metano nas plantas vivas e mortas era muito semelhante. “Acreditamos que a razão por trás dessa produção contínua de metano é que os compostos metilados persistem no tecido da planta por muito tempo”, afirma Jana Milucka, uma das autoras. Esta presença pode ser detetada em plantas que morreram há mais de 20 anos.

Por outro lado, a libertação do metano é também muito rápida. “Como as ervas marinhas crescem apenas em águas rasas, os microrganismos pelágicos têm poucas oportunidades de consumir o metano antes de ele acabar na atmosfera. Além disso, a água do mar que flui através das areias nas quais essas ervas marinhas crescem, rapidamente ‘lava’ o metano do sedimento”, referem os autores.





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