Estarreja: um oásis verde que finta um ambiente industrial (com VÍDEOS)



Estarreja nem sempre é associada à sustentabilidade ambiental, sobretudo devido ao seu intenso parque industrial e ao da vizinha Cacia, que se sente da auto-estrada que liga Lisboa ao Porto – e vice-versa. Mas a região tem um património natural incrível e único em Portugal – mais de 20 quilómetros de frente ribeirinha recortada por esteiros e ribeiras.

Os seus caniçais, sapais ou arrozais gozam de uma biodiversidade única, composta por várias espécies da flora e fauna autóctone – algumas ameaçadas, como a lontra, a garça-vermelha ou a água-sapeira. Estas três últimas podem ser encontradas na região do baixo Vouga lagunar, uma zona protegida através do projecto BioRia.

“A presença humana constante nesta zona, as perturbações com a ria de Aveiro, a água doce e salgada, a paisagem fragmentada… são tudo características importantes para um biólogo”, explicou ao Economia Verde Sara Marques, licenciada na Universidade de Aveiro e perita nos caniçais de Estarreja.

É lá que vive, entre outros, a lontra, um mamífero carnívoro de hábitos nocturnos que dificilmente será visto por um visitante. Mas há as águias-sapeiras e as garças-vermelhas para ver de dia. “São espécies bandeira que nos permitem conservar todas as restantes, como os ratinhos, insectos ou flora”, continuou Sara Marques.

Há oito trilhos e cinquenta quilómetros para descobrir em Estarreja, e as visitas podem ser feitas a pé, de bicicleta ou de carro eléctrico, se o grupo for reduzido. Todos os anos, cerca de 13 mil pessoas visitam o espaço.

O BioRia foi fundado em 2005, cresceu em 2009 e em 2013 organizou o seu primeiro evento internacional de observação de aves. Todos os anos, o município investe mais de €200 mil neste projecto – pena que as empresas dos parques industriais vizinhos não se incluam na lista de mecenas.





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