“Este será o último aviso dos cientistas para que o planeta não ultrapasse limites dramáticos”, alerta a Zero
Foi publicada esta manhã a primeira parte do novo relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), produzido pelo primeiro grupo de trabalho, que engloba os fundamentos científicos das alterações climáticas.
A ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, alerta em comunicado que este documento “é verdadeiramente histórico” e é “o último aviso da comunidade científica mundial sobre os efeitos das emissões de gases de estufa e consequentes alterações climáticas, antes do planeta se encaminhar para um aumento de temperatura superior a 1,5 ºC”. Por essa mesma razão, a Associação sublinha que os governos “não podem ignorar os avisos feitos pelo IPCC”.
Os eventos climáticos extremos como os incêndios florestais, as secas e as inundações, são alguns dos efeitos provocados pelas alterações climáticas que, segundo a ZERO, se irão intensificar ainda mais e tornar cada vez mais frequentes. “Note-se que os últimos seis anos foram os mais quentes desde que há registos históricos (desde aproximadamente 1850)”, relembra.
A ZERO considera que de momento não existem planos de ação eficazes que mantenham o aquecimento global abaixo dos limites vistos como seguros. “Continuamos a adiar uma ação climática urgente que já era necessária desde há décadas atrás e agora estamos quase sem tempo”. Como tal, devemos cortar as emissões rapidamente se quisermos impedir efeitos muito mais graves.
“O IPCC acabou de emitir um severo alerta que não pode ser ignorado. A comunidade internacional deve aumentar rapidamente a velocidade e a escala de ação necessárias para evitar alterações climáticas catastróficas. É hora de acabarmos com a nossa dependência de gás natural, carvão e petróleo e investir em empregos verdes e na construção de um futuro com zero carbono com toda a urgência”, conclui a Associação.
O documento do segundo grupo sobre os impactes, adaptação e vulnerabilidade às alterações climáticas será apresentado em fevereiro de 2022, e o documento do terceiro grupo sobre mitigação climática será divulgado em março de 2022. As três partes irão integrar um relatório síntese, a ser publicado em setembro de 2022.