Estudantes inventam aparelho que detecta anemia através de smartphones
Estudantes da John Hopkins University inventaram um sensor que transforma um simples telemóvel – smartphone – numa ferramenta de análise de sangue low cost. Segundo a universidade de Baltimore, Estados Unidos, o HemoGlobe estará disponível brevemente em África, onde começará um período de testes.
Apesar de ser uma patologia normal no mundo desenvolvido, a anemia é responsável por centenas de milhares de mortes por ano nos países em desenvolvimento, devido à insuficiência de testes médicos.
Há várias causas de anemia – perda de sangue, doença congénita, parasitas, radiação, cancro, deficiências de vitamina ou, simplesmente, a falta de ferro na dieta – e esta incide particularmente nas mulheres.
Todos os anos morrem cerca de 100 mil mulheres com anemia nos países em desenvolvimento e 600 mil recém-nascidos. O HemoGlobe é uma solução barata e os seus inventores tiveram em conta o facto de, apesar de parte do mundo em desenvolvimento não ter acesso a água potável, electricidade ou serviços médicos, a verdade é que o telemóvel é um recurso banal em muitos dos países de terceiro e segundo mundo.
O HemoGlobe consiste num sensor low cost, que é depois ligado a um telemóvel. O sensor é idêntico aos que costumam medir os níveis de oxigénio no sangue e coloca-se nos dedos do paciente. Quando está ligado, o sensor transmite várias cores, que correspondem a diferentes níveis de hemoglobina no sangue.
Será o telemóvel, no entanto, a detectar se a pessoa tem anemia. E, se tiver, quão grave é a sua condição. Caso a pessoa tiver anemia, o HemoGlobe envia automaticamente uma mensagem de texto para um servidor, que gera um mapa epidemiológico em tempo real de todos os casos de anemia numa determinada zona, o que pode ajudar as autoridades a resolverem os casos mais graves.
O sensor custa menos de €16,3 (R$40,5) e foi financiado, em parte, pela agência norte-americana para o desenvolvimento internacional e pela Fundação Bill & Melinda Gates. A equipa venceu recentemente o prémio Saving Lives at Birth e utilizará o dinheiro do prémio – €205 mil (R$505 mil) para financiar o período de testes, que decorrerá no Quénia em 2013.