Estudo estima mudanças drásticas no volume dos lagos nas terras altas do Tibete
Uma equipa de investigadores do Instituto de Física Atmosférica da China registou alterações drásticas no volume de armazenamento de água de 1.400 lagos com pelo menos um quilómetro quadrado de área, nas terras altas do Tibete.
Com o clima mais quente e húmido, os lagos das terras altas experimentaram uma expansão drástica, suscitando riscos de inundação para aldeias e estradas vizinhas, segundo o estudo, divulgado pela agência noticiosa oficial Xinhua.
Os investigadoress usaram dados da Experiência de Recuperação da Gravidade e Clima (GRACE) e simulações de modelos de superfície terrestre de alta resolução para também estimar o volume dos 18 lagos com uma área de superfície superior a 300 quilómetros quadrados no interior do planalto tibetano, entre 2002 e 2018.
“O volume de água nos 18 lagos aumentou rapidamente, com uma taxa de crescimento de 26,92 milímetros por ano”, disse Jia Binghao, investigador do instituto.
Os especialistas também projetaram mudanças futuras no volume de armazenamento de água para um cenário intermédio baseado em modelos de inteligência artificial.
“Prevê-se que o ritmo de crescimento do volume de armazenamento de água em meados do século XXI num cenário intermédio diminua para 40% dos valores registados nas últimas décadas”, afirmou o investigador.
“As estimativas do volume de armazenamento de água com base nos dados do GRACE e um modelo de superfície terrestre podem ser usados para identificar mudanças regionais em lagos para áreas com dados limitados disponíveis, o que é uma ferramenta útil para monitorar mudanças nos recursos dos lagos”, acrescentou.
Em abril passado, uma outra equipa de cientistas internacionais publicou um estudo no qual destacava que a perda das massas de gelo que alimentam os lagos na região dos Himalaias foi significativamente subestimada no período entre 2000 e 2020 devido à incapacidade dos satélites de ver as mudanças que ocorrem nas águas debaixo das massas de gelo.
Os cientistas concluíram que uma avaliação anterior subestimou a perda total das massas de gelo que formam os lagos nos Himalaias em 6,5%, de acordo com o estudo publicado na revista científica Nature Geoscience.