Estudo lança nova abordagem sobre o ciclo do carbono através de diamantes
O trabalho de estudantes de doutoramento da Universidade de Alberta, no Canadá lança uma nova luz sobre os mecanismos mais profundos da Terra utilizando informações de diamantes.
Um novo estudo liderado por um estudante de PhD da Universidade de Alberta – e publicado na Nature – está a examinar o ciclo do carbono da Terra em novas profundidades, utilizando diamantes como “migalhas de pão” para compreender alguns dos mecanismos geológicos mais profundos da Terra.
“Os geólogos chegaram recentemente à conclusão de que alguns dos maiores e mais valiosos diamantes são das porções mais profundas do nosso planeta”, disse Margo Regier, estudante de doutoramento no Departamento de Ciências da Terra e Atmosféricas sob a supervisão de Graham Pearson e Thomas Stachel. “Embora não tenhamos certeza do porquê os diamantes poderem crescer mais nessas profundidades, propomos um modelo em que esses diamantes ‘superprofundos’ se cristalizam de magmas ricos em carbono, o que pode ser crítico para que crescam mais que os demais.”
Além da sua beleza e aplicações industriais, os diamantes fornecem janelas únicas para as profundezas da Terra, permitindo aos cientistas examinar o transporte de carbono através do manto terrestre.
“A grande maioria do carbono da Terra é armazenado no seu manto de silicato, não na atmosfera”, explicou Regier. “Se quisermos entender completamente todo o ciclo do carbono da Terra, precisamos entender esse vasto reservatório de carbono no subsolo.”
O estudo revelou que a crosta oceânica rica em carbono que afunda no manto profundo liberta a maior parte do seu carbono antes de chegar à parte mais profunda do manto. Isto significa que a maior parte do carbono é reciclada de volta à superfície e apenas pequenas quantidades de carbono serão armazenadas nas profundezas do manto – com implicações significativas em como os cientistas entendem o ciclo do carbono da Terra. É importante entender o mecanismo por uma série de razões, como explicou Regier.
“O movimento do carbono entre a superfície e o manto afeta o clima da Terra, a composição da sua atmosfera e a produção de magma dos vulcões”, disse Regier. “Ainda não entendemos se este ciclo do carbono mudou ao longo do tempo, nem sabemos quanto carbono está armazenado nas partes mais profundas do nosso planeta. Se quisermos entender por que o nosso planeta evoluiu para o seu estado habitável, e como as superfícies e atmosferas de outros planetas podem ser moldadas por seus processos internos, precisamos perceber melhor essas variáveis. “