Estudo: quem vive nos subúrbios tem 40% mais hipóteses de se divorciar
Os registos informais atribuem ao promotor imobiliário norte-americano William Levvit a autoria do primeiro conceito de subúrbio. Levvit aproveitou os anos dourados dos Estados Unidos, no pós-Segunda Guerra Mundial, para levar a classe alta nova-iorquina para Long Island.
Ali, a poucos quilómetros da Grande Maçã, o empresário construiu a maior área suburbana do mundo, entre 1947 e 1951. Nos anos 60, 70 e 80, o conceito espalhou-se um pouco por todo o mundo e é um dos mais estudados por governantes de cidades e planeadores urbanos – e também um dos que causa mais dores de cabeça a quem estuda e decide a vida nas cidades.
Um dos grandes problemas de viver nos subúrbios, claro, passa pela falta de opções de transportes públicos que liguem a casa e o trabalho das populações em poucos minutos. Hoje, se Lisboa e os seus subúrbios estão ligados, muitas vezes, por uma hora ou hora e meia, cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro são exemplos levados ao extremo de como grande parte do dia-a-dia das pessoas pode ser passado no seu carro, no trânsito.
Por outro lado, as cidades têm sofrido com os problemas de desertificação dos seus centros, à medida que as casas mais velhas ficam desabitadas, deixadas ao abandono e o comércio e centros de entretenimento fogem para locais mais populacionais.
Tudo isto para explicar que um estudo publicado pela Universidade de Umeå, na Suécia, diz que o risco de divórcio cresce 40% para quem viva em subúrbios – e que passa muito do seu tempo entre a casa e o trabalho.
Segundo o estudo, que analisou dados entre 1995 e 2005, o facto de as pessoas passarem grande parte do seu dia-a-dia em viagem afecta as relações pessoais e sociais – e por isso aumentam as hipóteses de divórcio.
A universidade sueca avisa que os primeiros anos de trajecto casa-trabalho, para quem vive nos subúrbios, é um desafio muito grande para qualquer relação.
O estudo não fala de questões ligadas à sustentabilidade ou saúde, mas aqui fica outra razão para vivermos perto do trabalho – ou aproveitarmos a mudança de mentalidades para trabalharmos a partir de casa.
Publicado no ano passado, o estudo analisou mais de dois milhões de suecos que estavam casados – ou viviam juntos – em 2000 – e foram relacionados com outras estatísticas oficiais disponíveis. Conheça outras das conclusões do estudo no Science Daily.