Limpeza urbana e recolha de resíduos têm impacto anual de mil milhões de euros na economia portuguesa



O estudo “A importância e impacte do setor da limpeza urbana em Portugal”, promovido pela Associação Limpeza Urbana (ALU) – Parceria Para Cidades + Inteligentes e Sustentáveis e elaborado pela 3 Drivers – Engenharia, Inovação e Ambiente analisou a importância e impacte do setor da limpeza urbana no país.

O relatório assinala que “a limpeza dos espaços públicos, como as ruas, passeios e jardins, assume especial relevância na relação que a população estabelece com os locais que frequenta, impactando de forma direta a sua qualidade de vida e a saúde pública”, no entanto, acrescenta “tanto a nível nacional como europeu, não existe um enquadramento legal e estratégico para a limpeza urbana. Apenas países como França, Inglaterra ou Escócia têm vindo a apostar no desenvolvimento desta área”.

De acordo com os dados do estudo, que confirmam a importância do setor, a limpeza urbana e a recolha de resíduos têm um impacto anual de 1.032 milhões de euros na economia portuguesa. Deste total, 563 milhões de euros advêm da recolha de resíduos e 468 milhões da limpeza urbana.

Nesta área são ocupados 43.620 postos de trabalho diretos e indiretos, dos quais 19.330 na limpeza urbana e 24.290 na recolha de resíduos. Quanto ao perfil de trabalhador médio de limpeza urbana, é caracterizado por ser um homem, com 48 anos e 7 anos de escolaridade. Reflete-se assim, através da distribuição etária dos trabalhadores, que é um sector tendencialmente envelhecido.

Relativamente aos principais elementos que caracterizam o ambiente interno – forças e fraquezas – e externo – oportunidades e ameaças – do setor, eis o que resulta da análise SWOT:

Forças:

  • Os municípios e as empresas do setor estão motivadas e reconhecem a importância das atividades de limpeza urbana;
  • O sector encontra-se adequadamente capacitado em número de recursos humanos e equipamentos;
  • O setor tem relevância do ponto de vista económico e social, particularmente para a criação de emprego;
  • A Associação Limpeza Urbana assume o papel de governança do setor.

Fraquezas:

  • Inexistência de indicadores ou outros estudos de referência para o setor;
  • Enquadramento estratégico e legal insuficiente para a dimensão do setor;
  • Governança do setor insuficiente, com consequência para mecanismos de partilha de boas práticas e de capacitação técnica;
  • Falta de reconhecimento da sua importância por parte das Tutelas, mas também dos cidadãos.

Oportunidades:

  • Criação de mecanismos de financiamento para apoiar o investimento e a operação no setor;
  • Reforço do perfil de inovação do sector, contribuindo para a eficácia e eficiência do setor, bem como o desempenho ambiental;
  • Aumentar o reconhecimento por parte dos cidadãos e das empresas;
  • Contribuir para o desenvolvimento socioeconómico do país através, por exemplo, do aumento da atratividade para o turismo.

Ameaças:

  • Manutenção da atual omissão de enquadramento estratégico e legal;
  • Envelhecimento dos recursos humanos e dos recursos técnicos (equipamentos, veículos, entre outros);
  • Adesão insuficiente dos agentes do sector à Associação, limitando a sua representatividade no sector;
  • Dificuldade na contratação pública de recursos humanos, equipamentos e serviços;
  • Dificuldade na formação de recursos humanos.




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