EUA aprova primeiro medicamento para prevenir VIH/Sida
A Food and Drug Administration (FDA), organismo que regula, entre outros, os alimentos, medicamentos e equipamentos médicos nos Estados Unidos, aprovou a utilização profilática de uma combinação anti-retroviral do medicamento Truvada, para reduzir o risco das pessoas adquirirem o VIH/Sida.
Apesar de todos os métodos conhecidos para combater a transmissão do VIH/Sida, há 50 mil novos casos por ano nos Estados unidos, um número que persiste desde 2004. Na verdade, há 15 anos que o gigante americano não tem feito grandes progressos na redução destas estatísticas.
Em 2000, explica a Gizmag, começou a falar-se do aparecimento de medicamentos antivirais, que poderiam ser tomados antes de uma potencial exposição ao vírus. Infelizmente, o estudo não foi concluído satisfatoriamente, porque os seus participantes não seguiram todos os procedimentos.
A profilaxia anti-exposição é sobretudo conhecida na prevenção da malária, transmitida pelo mosquito Anopheles. Este medicamento tem em conta o facto de, numa área onde e doença é endémica, a população está sempre numa situação de risco, pela quantidade de mosquitos que existem.
É difícil curar a malária, mas doses diárias de medicamentos anti-malária são suficientes para evitar a infecção. No caso do VIH/Sida, a situação é idêntica. Há quem, por necessidade ou escolha, viva em crónica exposição à infecção, por isso os investigadores começaram a preocupar-se em encontrar tratamentos profilácticos.
Dois grandes estudos clínicos feitos em populações em risco demonstraram que uma dose diária de Truvada é eficaz na redução do risco de infecção pelo HIV/Sida. Como os resultados foram encorajadores, o FDA aprovou a utilização de Truvada nos adultos que não têm HIV/Sida mas estão em risco de ser infectados através de contacto sexual.
O medicamento deverá ser tomado uma vez por dia e usado em combinação com práticas sexuais seguras. Aliás, a FDA faz questão em realçar que o medicamento não é substituto para práticas sexuais seguras.
Tal como outros medicamentos, o Truvada tem efeitos secundários, a maioria dos quais controláveis: diarreias, náuseas, dores de cabeças e insónias. Por outro lado, o medicamento está associado a problemas de rins e fígado ou a progressão de uma infecção de Hepatite B já existente, assim que o medicamento deixa de ser tomado.
O Truvada é produzido pela Gilead Sciences, que preparou, juntamente com a FDA, uma série de critérios essenciais para os candidatos que desejen tomar o medicamento. Finalmente, o seu preço também é elevado: custa €11,4 mil (R$28,2 mil). Leia a notícia no site da FDA. E conheça o movimento É Melhor Saber, que promove o diagnóstico precoce e atempado do VIH/Sida.