EUA: cadeia de supermercados atacada por vender laranjas descascadas em embalagens de plástico
A cadeia de supermercados norte-americana Whole Foods, especializada em produtos orgânicos, esteve na semana passada sob ataque das redes sociais devido à venda de laranjas descascadas numa embalagem de plástico.
A descoberta foi feita pela britânica Nathalie Gordon, que publicou na rede social Twitter uma imagem das laranjas descascadas à venda e, ironicamente, escreveu: “Se ao menos a natureza encontrasse uma forma de cobrir estas laranjas, para que não precisássemos de gastar tanto plástico nelas”.
If only nature would find a way to cover these oranges so we didn’t need to waste so much plastic on them. pic.twitter.com/00YECaHB4D
— Nathalie Gordon (@awlilnatty) March 3, 2016
Nos minutos, horas e dias seguintes, a Whole Foods sentiu na pele a ira dos consumidores, que levaram o post de Nathalie a atingir 100.00 partilhas e 98.000 gostos. Depois, foi a vez de todos os media norte-americanos – e alguns internacionais – partilharem a história, o que levou à criação da hashtag #orangegate.
A empresa anunciou imediatamente a retirada de todas as laranjas sem casca das lojas e, destemidamente, até fez uma piada como tema, perguntando se as laranjas estariam melhor em fracos de vidro.
No entanto, a polémica não se ficou por aqui. Várias pessoas com deficiências motoras e que, por isso, não conseguem descascar laranjas, vieram em apoio da Whole Foods. “Tenho uma destreza limitada na mão, por isso olho para [este produto] e vejo uma forma de comer comida saudável. Evito comprar laranjas, não porque não goste delas mas porque tenho dificuldades em descascá-las”, explicou Kim Sauder no seu blog.
“Tudo o que me ajude a ter segurança no meu dia-a-dia é sempre um extra. Por isso fui uma das pessoas que intercedi contra as críticas da comida pré-preparada da Whole Foods”, continuou.
Segundo o Grist, Sauder não é ingénua ao ponto de pensar que a intenção da Whole Foods terá sido melhorar a vida das pessoas com deficiências. “No entanto, ela tem alguma razão e existe algo que os ambientalistas devem considerar: há muito que o movimento ambientalista ignora os efeitos da degradação ambiental nas minorias ou nas populações mais pobres. Mas também na população deficiente”.