EUA: Houston vai renovar o sistema de transportes públicos de forma gratuita
Um dos grandes desafios das empresas de transportes públicos é conseguir melhorar a qualidade dos serviços prestados sem que isso acarrete um aumento dos custos para os utentes. Muitas empresas chegam à conclusão de qual não pode ser feito sem uma de duas opções: ou aumento do preço dos bilhetes ou redução de alguns serviços, neste caso extinção de autocarros ou linhas de metro.
Porém, Houston tem um plano ambicioso para melhorar a rede de autocarros, nomeadamente a expansão do serviço, sem custos operacionais. O plano pressupõe a expansão dos autocarros existentes, com a adição de novas rotas e autocarros a chegarem a cada 15 minutos.
A melhoria da rede de autocarros é apenas uma parte do plano geral. O sistema proposto recorre a trajectos mais directos, que estão relacionados com os nomes das ruas de destino, o que torna o sistema de utilização mais intuitivo. A renovação do sistema prevê ainda o funcionamento dos serviços durante 24 horas, o que significa que durante a noite e os fins-de-semana funcionam os mesmos autocarros e rotas da semana. Outra das novidades vai ser a priorização das linhas que servem os centros de trabalho, nos arredores da cidade, em detrimento dos trajectos que servem a baixa e centro da cidade, refere a Atlantic Cities.
E como é que Houston pretende renovar o sistema de autocarros sem novos custos operacionais? De acordo com Jarret Walker, que concebeu grande parte do novo plano, a cidade tem muitas rotas redundantes, que se tornam ineficientes. A nova rede vai também apostar mais nos transferes, que apesar de não ser do agrado dos passageiros são mais rápidos. Mas a grande mudança é a aposta da empresa que gere os transportes da cidade norte-americana em priorizar o número de passageiro ao longo da área de serviço. Tal significa que as rotas que transportam um maior número de passageiros vão ser reforçadas, em detrimento das rotas que servem áreas mais remotas e menos passageiros.
Com esta estratégia, a empresa espera que o número de utentes aumente e que as tarifas pagas pelos novos utilizadores cubra os custos de investimento, sem acarretar despesas adicionais para os que já são utilizadores.
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