Fátima Vila Maior: “Vamos receber 60 mil visitantes no Festival IN”
Durante quatro dias, o Festival IN, vai reunir 60 mil pessoas na busca pela melhor criatividade – ou por alguma inspiração para as suas carreiras, empresas ou negócios. É esse o objectivo do festival, que será o maior encontro das indústrias criativas em Portugal.
O Green Savers falou com Fátima Vila Maior, directora da área de feiras da AIP e uma das responsáveis pela organização do Festival IN. Leia as respostas.
Como surgiu a ideia de criarem um festival de criatividade? O que levou à criação do Festival IN?
A Fundação AIP, enquanto entidade de âmbito nacional e cujo objectivo primeiro é o de contribuir para o progresso e desenvolvimento do tecido empresarial nacional no domínio económico, organizativo, comercial, técnico, tecnológico, associativo, cultural e social – e sabendo da importância que têm hoje em dia as indústrias culturais e criativas – percebeu que havia esta lacuna em Portugal, pois não temos um evento deste género.
Por isso criámos o Festival IN – Festival Internacional de Inovação e Criatividade, que é o maior encontro de indústrias culturais e criativas alguma vez feito no nosso país e que vai juntar, num espaço de 40.000m2, empreendedores, investidores, sonhadores e criadores. Todos eles vão interagir e ter a hipótese de criar e estabelecer novos negócios e potenciar a exportação da criatividade nacional.
Sendo a criatividade um conceito tão lato – ao contrário das feiras sectoriais que costumam organizar, muito focadas num único tema – qual o grande desafio desta organização?
Todas as primeiras edições são um desafio. Sejam feiras sectoriais, como diz, ou feiras mais abrangentes. Na organização do Festival IN sentimos, por parte de todos, sejam empresas, entidades ou associações, uma receptividade enorme a este novo conceito de festival. Nas mais de 100 reuniões que a equipa teve ao longo deste últimos meses o “sim, vamos estar presentes”, foi a expressão mais ouvida. O grande desafio foi de facto conseguir chegar a todos os intervenientes, directos e indirectos, na indústria cultural e criativa nacional, pois não queremos deixar ninguém de fora. Acredito que isso foi feito.
Quais os parceiros-chave do Festival IN e qual o papel de cada um?
Todos os parceiros são chave, por isso é que são parceiros. O principal parceiro é a minha equipa pois sem eles o Festival IN não existia. Mas temos diversos parceiros institucionais, como a Presidência da República, que nos dá o seu Alto Patrocínio, ou a TAP, que promove as viagens dos visitantes e oradores internacionais. Ou a Câmara Municipal de Lisboa, que está altamente envolvida na promoção da capital enquanto cidade criativa.
Quantos visitantes esperam no festival?
Esperamos receber cerca de 60 mil visitantes na FIL, nos quatro dias.
Como está a criatividade em Portugal e como pode a criatividade responder à crise do País?
Os portugueses são altamente criativos e isso nota-se nas soluções naturais que encontramos para dar a volta a dificuldades. A criatividade, ou melhor, as indústrias culturais e criativas, podem, juntamente com outros sectores, ser um pilar fundamental para o crescimento e afirmação da economia nacional no panorama europeu e mundial. Tal como já aconteceu com sectores ditos mais industriais, acontece agora com o turismo: a criatividade nacional tem tudo para ser uma referência internacional e ajudar a que Portugal não seja visto apenas como um país de belas praias e sol.
De que forma a presença num ambiente tão criativo, durante quatro dias, pode influenciar os visitantes a serem, eles próprios, mais criativos?
Esperamos que todos os visitantes fiquem entusiasmados com tudo o que vai acontecer ao longo destes quatro dias. Vamos ter conferências, workshops e apresentações, sobre música e neurociência por exemplo, vai ser partilhada muita informação e muitas experiências que poderão servir para implementação de projectos, num futuro próximo, por parte de alguns dos visitantes.
Na sua opinião, quais os pontos altos do festival?
É difícil escolher um momento, entre as mais de 40 horas de Festival IN. Deixo essa tarefa para os visitantes pois é para eles, e para os empreendedores, investidores e sonhadores, que fazemos o Festival IN.
Como está a FIL a responder à crise? Com criatividade?
Obviamente que sentimos a crise e, sobretudo, pelo facto da Fundação AIP ter uma ligação muito estreita com o tecido empresarial português. Contudo, estas alturas também são desafiantes e geradoras de oportunidades. Não podemos ignorar que as economias criativas, nos países que consideramos desenvolvidos, estão a crescer e a ter cada vez mais importância para a geração de riqueza, por isso fizemos um esforço, no Festival IN, para investir em compradores estrangeiros e investidores nacionais, capazes de potenciarem negócios com talentos e criadores.