“Ficámos extasiados”: Zoo no Reino Unido celebra nascimento de gémeos de panda vermelho



O panda vermelho (Ailurus fulgens) é uma espécie em perigo de extinção a nível global. Nativo das florestas da Ásia, com uma população em declínio devido à fragmentação e destruição do seu habitat natural, da expansão urbana, das explorações agrícolas, da caça furtiva e dos efeitos das alterações climáticas, este mamífero é um de tantos outros que estão na ‘corda bamba’ da conservação.

Mas há boas notícias. Esta semana, o jardim Zoológico de Whipsnade, no leste da Inglaterra, anunciou que no dia 25 de junho nasceram dois gémeos de panda vermelho, assinalando o evento como um sinal de esperança para a recuperação da espécie.

As crias nasceram com apenas 113 gramas cada uma, e são as primeiras do casal Ruby e Nilo. Por agora, os pequenos mamíferos ainda não saíram do ninho, onde a progenitora Ruby olha por eles 24 horas por dia.

O nascimento dos gémeos representa uma “dupla esperança” para a recuperação de um espécie em perigo de extinção a nível global.
Foto: Whipsnade Zoo

O tratador Grant Timberlake, citado em comunicado do zoo, recorda que a equipa tinha esperanças de que o emparelhamento de Ruby e Nilo tivesse sido bem-sucedido, mas não conseguiam ter a certeza de que a fêmea estivesse, de facto, grávida. Mas quando viram duas pequenas crias enroladas na cauda peluda e avermelhada da progenitora “ficámos extasiados”.

“A Ruby tem feito um trabalho incrível alimentando e cuidados dos gémeos, por isso deixamos que a família crie laços, apenas olhando pelas crias que ela sai do ninho para comer”, explica Timberlake.

Os pandas vermelhos são cegos durante o primeiro mês de vida, pelo que dependem totalmente das progenitoras para sobreviverem. Quando, por fim, abrirem os olhos, as crias continuarão no ninho, sendo que só devem aventurar-se no exterior em setembro. Até lá, os gémeos serão mantidos longe do olhar curioso dos visitantes do zoo, para evitar stress e dar-lhes a melhor hipótese de sobrevivência.

Nilo, o progenitor das duas crias.
Foto: Whipsnade Zoo

No meio selvagem, avistar estes animais não é tarefa fácil, devido aos seus hábitos noturnos e à sua vida predominantemente arborícola.

Por agora, não se sabe o sexo das crias, algo que só deverá ser conhecido quando tiverem oito semanas e forem submetidas ao seu primeiro exame médico-veterinário. Seja como for, o Zoo de Whipsnade considera que “os gémeos são de importância internacional”, sendo um “reforço da população de pandas vermelhos”.

Grant Timberlake afirma que o nascimento representa uma “dupla esperança para a espécie”, tendo sido o resultado de um programa europeu de reprodução em cativeiro que pretende criar populações “saudáveis e geneticamente diversas” de pandas vermelhos em zoos, que possam ajudar a recuperar as populações em declínio em meio selvagem.

Apesar de serem chamados de pandas, os pandas vermelhos e os pandas gigantes (Ailuropoda melanoleuca) são parentes genéticos relativamente distantes. Ambos são mamíferos carnívoros, mas os primeiros são membro da família Ailuridae, e os segundos da Ursidae.





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