Ficar em casa ajuda a prevenir a gripe, avisa estudo



Os médicos costumam aconselhar os cidadãos a ficar pouco tempo à frente da televisão – é sempre saudável sair de casa e fazer exercício, por exemplo. Mas um novo estudo, desenvolvido por cientistas da Universidade da Califórnia, Arizona, Georgia e Yale, nos Estados Unidos, acaba de defender o contrário para a época das gripes: devemos ficar em casa.

Segundo o estudo, que procurava descobrir intervenções não-farmacêuticas que fossem eficazes para prevenir a gripe, ficar em casa e ver televisão pode ajudar a combater epidemias de gripe. De acordo com o relatório, que foi publicado no jornal BMC Infectious Diseases, a vacinação e medicamentos são uma resposta eficaz para responder a um surto de gripe. No entanto, evitar actividades sociais e optar por ficar em casa ajuda a que os vírus não se espalhem.

Durante esta época, os cientistas aconselham as autoridades a fechar as escolas e locais de entretenimento e concertos, e a cancelar eventos públicos. Este tipo de prevenção será cada vez mais relevante nas estratégias de controlo dos surtos, seja esta decisão tomada individual ou publicamente.

“O surto de gripe que se espalhou na Cidade do México, em 2009, poderia ser muito pior, mas as pessoas responderam ao distanciarem-se umas das outras”, explicou o líder do estudo, o economista Michael Springborn.

A pesquisa criou um novo modelo que incorpora as respostas comportamentais aos modelos existentes de controlo da doença.

“O nosso estudo reforça a visão de que capturar as mudanças comportamentais que amplificam ou diminuem as taxas de transmissão é chave para melhorar a nossa capacidade de prever o impacto da epidemia”, continuou Gerardo Chowell, co-autor do estudo.

Por outro lado, o estudo encontrou ainda uma ligação entre a forma como o vírus se espalha e a condição socio-económica de uma família. Os grupos da franja mais rica da sociedade podem colocar as suas crianças a ver mais televisão que habitualmente, uma vez que dispõem de condições para que estas não fiquem sozinhas em casa.

Em sentido contrário, os grupos com menos rendimentos podem ter uma maior dificuldade em fazê-lo – e em protegerem as suas crianças da gripe – devido a uma menor flexibilidade com as horas de trabalha de cada membro da família.

Foto: Ewen Roberts / Creative Commons





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