Fiji oferece-se para receber habitantes de Kiribati caso alterações climáticas deixem ilha inabitada



As Ilhas Fiji ofereceram-se para receber toda a população de Kiribati, um dos locais do Globo que serão mais afectados pelas alterações climáticas, caso a ilha se torne inabitável. “É muito encorajador ouvir que Fiji aceitar receber o nosso povo se, devido às alterações climáticas, as nossas casas fiquem inabitáveis”, explicou hoje Anote Tong, presidente de Kiribati, no seu discurso da Cimeira do Clima, que hoje arrancou em Paris.

Com 105.000 habitantes, há muito que Kiribati sabe que a sua sobrevivência geográfica está por um fio. O ponto mais alto de South Tarawa, a capital de Kiribati, sobrevive graças aos sacos de areia e rochas que travam o avanço da água do mar e há quem acredite que, dentro de 30 anos, o país desaparecerá.

“Estamos unidos a França contra a violência que aqui se passou, mas também devemos estar unidos contra, talvez, a maior ameaça à humanidade: as alterações climáticas, que nos ameaçam mas, sobretudo, ameaçam quem está na linha da frente das alterações climáticas, os atóis com baixa altitude”, continuou Tong.

O presidente de Kiribati acrescentou que a Cimeira do Clima tem de ignorar as políticas e agendas nacionais num assunto “que é global por natureza”. “O futuro das pessoas, homens, mulheres e crianças, culturas inteiras, comunidades, vilas, cidades e nações, está numa balança. Não podemos continuar indecisos sobre a forma de avançarmos [sobre um acordo]”, concluiu.

Por fim, Anote Tong admite que um acordo climático tem de ser legalmente vinculador e repetiu que deverá existir uma moratória para todas as novas minas de carvão.

Foto: KevGuy4101 / Creative Commons





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