Fóssil de serpente encontrado em Leiria é mais antigo do que se pensava



Uma equipa internacional de cientistas reanalisou os fósseis de quatro espécies de serpentes pré-históricas e concluiu que são, afinal, mais antigos do que inicialmente se pensava. Um dos fósseis foi encontrado em depósitos de carvão em Guimarota, perto de Leiria. Os restantes foram encontrados em duas localidades do Reino Unido e no estado do Colorado, nos Estados Unidos.

Os fósseis haviam já sido descobertos e as novas conclusões resultaram apenas da sua reanálise. Anteriormente os vestígios estavam classificados como pertencentes a lagartos. A nova descoberta, que foi liderada por cientistas da Universidade de Alberta, foi documentada num artigo publicado na revista científica Nature Communications.

A análise concluiu que as quatro espécies de serpentes viveram entre 140 e 167 milhões de anos atrás – o que as torna quase 70 milhões de anos mais velhas que os fósseis de serpentes conhecidos mais antigos.

O estudo clarifica ainda que o aparecimento súbito das serpentes, há cerca de 100 milhões de anos, reflecte uma lacuna nos dados fósseis e não uma radiação explosiva das primeiras serpentes. “O estudo explora a ideia de que a evolução dentro do grupo chamado “serpentes” é muito mais complexo do que anteriormente se pensava”, explica Michael Caldwell, da Universidade de Alberta, cita o Daily Mail. “É importante ressalvar que existe agora uma lacuna de conhecimento significativo que necessita de ser ultrapassada por investigações futuras, uma vez que não há fósseis de cobras conhecidos entre 140 a 100 milhões de anos atrás”, indica o investigador.

A mais pequena e mais antigas das serpentes é a Eophis underwoodi – fóssil encontrado em Kirtlington Quarry, Reino Unido -, que viveu há cerca de 167 milhões de anos. Tinha cerca de 25 centímetros de comprimento. Pensa-se que se tenha alimentado de insectos, girinos e peixes pequenos. A segunda mais antiga é a Diablophis gilmorei, com cerca de 155 milhões de anos – foi encontrada no Colorado. Do mesmo período é o fóssil encontrado perto de Leiria. A Portugalophis lignites é maior das quarto espécies de serpentes, com cerca de um metro de comprimento. Pensa-se que se alimentava de pequenos mamíferos, lagartos e pequenos dinossauros. O fóssil mais recente é a Parviraptor estesi, com cerca de 144 milhões de anos e terá vivido entre as serpentes de água doce.

Embora estas serpentes pré-históricas partilhem algumas características fisionómicas com as serpentes modernas – nomeadamente os dentes afiados – a sua forma exacta é desconhecida pois os fósseis estão incompletos e não permitem detalhar com rigor a sua forma.





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...