Fragmentos do maior glaciar da Islândia chegam a Nova Iorque (com FOTOS)
A mais recente instalação de Olafur Eliasson, presente no MoMA PS1, em Nova Iorque, consiste em fragmentos reais do maior glaciar da Islândia, o Vatnajökul. É absolutamente incrível poder estar na presença de tais matérias, mas será que remover e transportar blocos de gelo gigantes e mantê-los depois numa sala arrefecida, com gastos enormes de energia, veicula a mensagem correcta?
Estima-se que o gelo mais antigo do glaciar Vatnajökul tenha tido origem há cerca de 800 anos, o que lança alguma luz sobre o título escolhido para a instalação – Your waste of time. Como o PS1 descreve, “a experiência física de séculos de idades do gelo dos glaciares da Islândia, terra natal de Eliasson, torna tangível uma história que se estende para além do alcance da vida humana – o tempo é medido em milhares de anos, em vez de meras décadas”.
Esta não é a primeira exposição de Eliasson a respeito do desaparecimento dos glaciares. Ele já os fotografou antes, por variadíssimas vezes. Desta vez, foi mais longe, trazendo para o público os protagonistas em “carne e osso”. O resultado é uma obra visualmente e conceptualmente poderosa, mas ele devia ter previsto que os visitantes mais conscientes ambientalmente iriam criticar a sua opção.
Acontece que este projecto tem de ser mantido numa sala arrefecida por um sistema de refrigeração que mantém as temperaturas baixas, para evitar o derretimento do gelo. O público, naturalmente, questiona o tipo de mensagem que quer o artista passar ao contestar o impacto do estilo de vida moderno na natureza, sem fomentar nenhum comportamento progressivo.
Fotos: Inhabitat