França e Vanuatu pedem ação imediata sobre alterações climáticas
França e Vanuatu lançaram hoje um apelo conjunto para uma “ação imediata sobre as alterações climáticas”, ilustrando a diplomacia ambiental que o Presidente francês quer reforçar nesta região.
Neste “Apelo Ifira”, com o nome de uma ilhota em frente a Port-Vila, capital de Vanuatu, os dois países pediram a todos os atores mundiais para que “aumentem significativamente os recursos mobilizados a favor dos países e comunidades vulneráveis”.
No documento, lançado durante a visita de Emmanuel Macron, França e Vanuatu sublinharam também “a necessidade urgente de enfrentar as consequências das alterações climáticas”, nomeadamente “a subida do nível do mar”, que ameaça as ilhas da região.
Entre “as prioridades” mencionadas está também “a proteção da biodiversidade marinha, particularmente no que diz respeito aos fundos marinhos profundos”, cuja exploração querem ver completamente proibida.
Os dois países defenderam uma aceleração da “transição energética mundial através do abandono progressivo dos combustíveis fósseis” e afirmaram-se “favoráveis a uma reforma ambiciosa da arquitetura financeira internacional que tenha em conta as vulnerabilidades às alterações climáticas”, projeto defendido pelo chefe de Estado francês numa cimeira realizada em Paris, em junho.
Primeiro Presidente francês a visitar países não franceses do Pacífico, Emmanuel Macron chegou na quarta-feira à noite a Vanuatu, depois de ter estado no território francês ultramarino da Nova Caledónia, e vai continuar a deslocação na sexta-feira na Papua Nova Guiné.
Num discurso em Noumea, na quarta-feira, explicou que queria fazer do clima um dos principais eixos da sua estratégia para a Ásia-Pacífico, que visa posicionar a França como uma “potência equilibradora”, para oferecer “uma alternativa” à crescente influência da China e que os Estados Unidos também estão a tentar contrariar.
“A nossa resposta às alterações climáticas, enquanto potência do Indo-Pacífico, é precisamente o casamento entre uma nação que sabe conciliar as vozes dos povos indígenas e uma grande potência científica”, declarou Macron, na quarta-feira.
Em março, na ONU, o primeiro-ministro de Vanuatu, Ishmael Kalsakau, instou os líderes mundiais a “reagir, e rapidamente”, contra as alterações climáticas para evitar “o apocalipse”.
Na altura, o responsável conseguiu que a Assembleia Geral da ONU adotasse uma resolução em que era pedido um parecer do Tribunal Internacional de Justiça sobre as obrigações dos Estados em matéria de clima.