G20 continua a poluir e a aquecer o clima em direção dos 3,2ºC



Um relatório do Climate Transparency, uma parceria global cujo objetivo é acelerar a mudança para tecnologia de carbono zero, diz que das 20 nações mais industrializadas, 15 aumentaram as emissões de CO2 em 2017. Apenas a Índia estava num caminho que lhe permitirá cumprir o limite de 1,5ºC. Contudo, 82% das fontes energéticas dos países do G20 continua a provir de combustíveis fósseis. No Japão, Arábia Saudita e Austrália, 90% da energia provém de combustíveis fósseis e pouco ou nada mudou nos últimos anos.

As notícias são preocupantes dado que mostram que as maiores economias do mundo estão muito longe de cumprir o que prometeram e continuam extremamente dependentes de petróleo, carvão e gás.

Os países do G20 são responsáveis por 80% das emissões de gases com efeitos de estufa, pelo que têm um papel importantíssimo no futuro do clima. Mas a este ritmo, o mundo deverá ver a sua temperatura média aumentar em 3,2ºC, mais do dobro do acordado em Paris e muito acima do que os cientistas dizem ser a nossa última hipótese para salvar os ecossistemas do planeta.

Apesar de os países do G20 se terem comprometido a deixar de investir em fontes de energia poluentes, a verdade é que continuam a subsidiar energias poluentes: só em 2016, foram gastos 147 mil milhões de dólares em subsídios.

A conclusão do relatório é que os países industrializados precisam de fazer mais, mais depressa, e não estão a ser suficientemente ambiciosos.

“O recente relatório dos 1,5ºC do IPCC mostrou-nos que o mundo precisa de acelerar as suas ações no que toca às mudanças climáticas. A energia proveniente de fontes como o carvão, petróleo e gás, e o setor dos transportes produzem a maior fatia de emissões na vasta maioria dos países do G20”, disse Jiang Kejun, do Instituto de Investigação Energética da China, e um dos co-autores do relatório.

“Nenhum governo dos G20 está verdadeiramente a lida com estes setores – em especial a Austrália, os Estados Unidos, a Rússia e a Indonésia, que estão todos atrasados. Mas alguns países já estão à frente, como é o caso do Reino Unido ou França, com a decisão de deixar de usar carvão e carros movidos a combustíveis fósseis”, acrescentou.





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