Governo britânico quer vender metade das florestas do País
O Governo de David Cameron (na foto) prepara-se para vender metade das florestas públicas britânicas a empresas privadas, que serão posteriormente autorizadas a cortar árvores centenárias para a construção de resorts hoteleiros, campos de golf e parque temáticos.
De acordo com a imprensa britânica, esta medida insere-se no plano de austeridade de Cameron e já foi criticada por vários activistas ambientais daquele país.
O The Independent avança que o Departamento de Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais está a planear vender uma grande parte dos terrenos assegurados pela Comissão de Florestas. Assim, nos próximos três anos deverão ser vendidos 150 mil hectares de floresta pública, naquela que será uma das maiores vendas de terreno naquele País.
“Como ambientalista, espero realmente que [o Governo] não venda as nossas maiores e melhores florestas, como a de Dean. Espero que elas continuem nas mãos do público”, explicou ao jornal britânico Ben Goldsmith, que fundou vários projectos para evitar o desaparecimento da floresta britânica.
Por sua vez Zac Goldsmith, que liderou a task force de assuntos ambientais de David Cameron quando este ainda estava na oposição, disse que existiam terrenos geridos pela Comissão das Florestas que poderiam ser vendidos pelo Governo, isto “desde que as florestas sejam mantidas”.
“Não tenho nenhuma objecção à utilização da floresta para produzir biomassa, que até pode melhorar a biodiversidade e criar mais empregos, mas se as florestas forem simplesmente vendidas a construtores isso não deverá ser aceite. Há grandes florestas nacionais, como a New Forest, que precisam do máximo de protecção governamental”, continuou Goldsmith.
Para já, existem duas razões para esta venda não se realizar. Tanto Margaret Thatcher como John Major tentaram privatizar a Comissão das Florestas nos anos 80 e 90 mas não o conseguiram fazer devido à pressão dos grupos ambientais e falta de interesse da indústria.
Por outro lado, e apesar da comissão ser subsidiada em 35 milhões de euros por ano, a verdade é que arrecada, também anualmente, 71 milhões em receitas. Não é o suficiente para baixar o déficit orçamental britânico… mas também não contribui para a sua subida.