Governo do Quénia vai plantar mil milhões de árvores por ano, o plano de Wangari Maathai
O Governo queniano quer mobilizar 35 mil escolas, 4.300 grupos de mulheres e 16.350 organizações de jovens para conseguir plantar perto de mil milhões de árvores por ano, naquela que é uma decisão histórica e, infelizmente, urgente.
Depois de sucessivos governos quenianos terem rejeitado a estratégia de Maathai para a sustentabilidade social, económica e ambiental das comunidades, o chamado plano “Cinturão Verde”, os actuais governantes admitiram finalmente em colocá-la em prática.
Na semana passada, o Governo do Quénia anunciou a plantação de 450 milhões de árvores, metade do objectivo para 2011. Para termos uma ideia do que este número significa, este ano foram plantadas, em todo o Reino Unido, perto de 31 milhões de árvores.
Segundo o The Guardian, o Quénia já aceitou que terá de tomar decisões rápidas para conter o desastre ecológico agravado pelas alterações climáticas. Por isso, está a construir um dos maiores parques eólicos de África, perto do Lago Turkana, está a integrar o clima do seu sistema de planeamento e a ajudar várias organizações e entidades. Entre as quais, a da Maathai.
O Guardian explica que os cientistas e agricultores quenianos estão a observar impactos climáticos semelhantes aos ocorridos, nas últimas décadas, no Sudão e outros pontos de África, e que terá sido esta sequência de incidentes que chamou a atenção do Governo. Com as secas de 2009 e 2010 e respectiva má colheita, perto de 10 milhões de quenianos encontram-se agora em perigo de subnutrição.
“Estamos altamente afectados pelas alterações climáticas. As tendências são agora extremas. Estamos a ver vários efeitos adversos em todo o lado. Quando as culturas não crescem, procuramos ajuda. A nossa economia está a ser afectada, por isso a nossa prioridade é adaptarmo-nos”, explicou Moses Omendi, do departamento de ambiente do País.
Quanto a Maathai, a Prémio Nobel – falecida este ano – é agora uma lenda. Junto das mulheres e restantes populações mas também dos governantes. Que nunca a ouviram mas, agora, têm de se virar para a sua organização e profecias.