Governo guineense desafia cidadãos a plantar árvores durante mês de julho
A ministra da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Guiné-Bissau, Fatumata Djau Baldé, desafiou ontem todos os guineenses a semear pelo menos uma árvore e disponibilizou 15 mil plantas para a reflorestação a nível nacional.
Numa cerimónia na vila de Embunhe (Nova Vizela, na época colonial), nos arredores de Bissorã, no centro da Guiné-Bissau, Djau Baldé falava no lançamento do Mês de Árvore, que este ano será pontuado pelo Governo com a reflorestação.
“Lanço daqui de Embunhe um repto a todos os guineenses para plantarem, pelo menos, uma árvore durante este mês nas suas casas, nas suas comunidades ou nos seus ministérios”, afirmou Baldé.
A ministra da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Guiné-Bissau observou que a campanha poderia ajudar a diminuir “ataques que as florestas estão a sofrer” no país com o “abate desencontrado de árvores por parte de madeireiros”.
Fatumata Djau Baldé observou que desde que o atual Governo entrou em funções em dezembro passado, não foi emitida nenhuma licença aos madeireiros.
Djau Baldé disse que, se não forem tomadas medidas, as consequências da desflorestação na Guiné-Bissau serão sentidas com o acentuar das mudanças climáticas, perda da biodiversidade e prejuízos para a vida das populações.
“Sabemos que os lenhadores estão a injetar substâncias químicas nas árvores para que possam secar rapidamente e serem vendidas em lenha. Isso é mau para a floresta”, afirmou Baldé.
A ministra da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Guiné-Bissau disse que o Governo vai emitir um decreto, nos próximos tempos, a proibir no país a produção da lenha a partir da árvore “pau de sangue”, uma das mais emblemáticas da Guiné-Bissau, mas ameaçada pelos madeireiros.
A vila de Embunhe situa-se em Oio, a região que Fatumata Djau Baldé apontou como sendo aquela onde mais se corta árvores para transformar em madeira.
“Muita da nossa madeira está a ser contrabandeada para o Senegal”, defendeu a governante que exortou os líderes comunitários da região de Oio a proibir a atuação de qualquer madeireiro que aparecer nas comunidades sem uma licença.
Fatumata Djau Baldé instou os camponeses da região de Oio a analisarem o que se passa nas ‘bolanhas’ (campos de cultivo do arroz) e na estância balnear de Varela, onde, disse, o corte de árvores está a causar a invasão do sal e a erosão costeira, respetivamente.
Por sua vez, a diretora-geral da Floresta, Fatumata Baldé alertou os guineenses para “as terríveis consequências” do abate de árvores de grande porte, nomeadamente o vento que se faz sentir no país.
Para Baldé, uma árvore “dá muito para os guineenses”, designadamente a proteção dos solos, alimentos e medicamentos nas comunidades rurais.