Hortas Comunitárias: como o investimento nesta área pode estimular a produção local



Nos últimos tempos a criação de hortas comunitárias tem sido um dos melhores exemplos de boas práticas de promoção da sustentabilidade a nível local. Para tentar perceber qual o impacto que esta nova realidade está a ter nas autarquias do país, a associação ambiental Zero realizou um inquérito em vários municípios portugueses, Açores e Madeira incluídos, para conhecer melhor este fenómeno.

Dos 135 municípios inquiridos, 59 autarquias possuem hortas comunitárias, numa área total de 69 hectares disponibilizados em talhões aos seus cidadãos para que aí produzam alimentos. Dos municípios mais participativos nesta nova realidade, destaque para Guimarães com 7 hectares, Funchal com 6, Lisboa e Porto com 5,7 e 3,58 respectivamente, e Gaia com 3,5 hectares ocupados com hortas comunitárias.

Analisando os resultados recolhidos pela Zero, é possível concluir que há 3706 registados nas hortas comunitárias, correspondendo a uma taxa de ocupação de 73%, para um máximo possível de 5060 utilizadores. Existem 26 municípios com uma taxa de ocupação de 100% e apenas 7 municípios apresentam uma taxa de ocupação inferior a 50%.

Observando o modo de produção que é implementado nas hortas comunitárias, constata-se que em 58% dos casos, embora a produção não seja certificada, são aplicados os princípios do Modo de Produção Biológico. Quanto ao destino dos alimentos produzidos em cada Município, 74% vai para consumo dos hortelões e das suas famílias, enquanto os excedentes – ¼ do total da produção – são distribuídos pela comunidade local ou por instituições de solidariedade social.

Como convencer então os municípios que ainda não aderiram a esta ideia, que esta pode ser uma óptima solução para as suas autarquias? A Zero deixa algumas sugestões: apostar nas práticas de contratação ecológica, visando que as cantinas municipais, escolas, hospitais, etc, utilizem produtos alimentares de origem local, em particular produtos hortícolas e frutos; estimular o aparecimento de novos produtores locais e assim favorecer a criação de emprego local; evitar impactes ambientais desnecessários; contribuir para que uma parte dos rendimentos dos cidadãos não saia da comunidade.

Foto: via Creative Commons 





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