Incêndios: MAI diz que prevenção é agora “a prioridade absoluta”



O ministro da Administração Interna disse hoje que “a prioridade absoluta” passa agora pela prevenção dos incêndios rurais e mudança de comportamentos, uma vez que foi atingido “o grande objetivo estratégico” em relação ao combate.

“A prevenção é a partir de hoje a prioridade absoluta. O principal problema está na reforma da floresta, está na alteração de comportamentos”, disse aos jornalistas Eduardo Cabrita, acrescentando que ”agora a prioridade da atuação da mudança não está no combate”.

Numa conferência de imprensa realizada após a reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional, realizada na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (Oeiras), o ministro deu conta dos resultados alcançados este ano sobre o número de ocorrências de incêndios florestais e área ardida.

Segundo os últimos dados, registaram-se este ano cerca de 9.500 incêndios rurais que consumiram 66.500 hectares.

Segundo Eduardo Cabrita, “o grande objetivo estratégico” definido desde 2017 está realizado, tendo em conta que, pelo terceiro ano consecutivo, não se registaram perdas de vida civis, verificou-se uma diminuição do número de ocorrências (menos 50% em relação à média dos últimos 10 anos) e da área ardida (menos 51% relativamente à média da última década).

Apesar de não terem morrido civis durante esta época de incêndios, cinco bombeiros e dois pilotos de um avião de combate aos fogos morreram em serviço, tendo o ministro prestado uma homenagem a estes operacionais.

“Num contexto de um ano particularmente difícil do ponto de vista das condições meteorológicas e adversas, os objetivos estratégicos – redução das ocorrências e redução da área ardida e número zero de vítimas civis – foram atingidos”, sustentou, frisando que em julho registaram-se as temperaturas mais elevadas de sempre e na primeira quinzena de setembro o risco foi elevado.

Em relação a 2019, o número de incêndios rurais registou uma diminuição, mas a área ardida aumentou cerca de 50%.

Questionado sobre este números, Eduardo Cabrita destacou a diminuição dos últimos três anos em relação à média da década.

“A primeira prioridade está na redução das ocorrências e, em três anos consecutivos, as ocorrências diminuíram relativamente à media dos últimos 10 anos”, bem como a área ardida, disse, sublinhando que a diminuição do número de incêndios “é fundamental para permitir uma resposta operacional, eficaz e concentrada e foi isso que aconteceu num ano particularmente difícil”.

Presente na conferência de imprensa, o comandante operacional nacional da ANEPC, Duarte Costa, deu conta que, em 2020, “o índice de severidade diária foi o mais elevado dos últimos 40 anos” em Braga, Vila Real e Bragança e, dos últimos 30, na região Centro.

“Isto quer dizer que a disponibilidade dos combustíveis para arder foi a mais elevada dos 30 anos” , precisou.





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