Inteligência artificial: há uma pressão económica para tornar as pessoas obsoletas



Se tivermos máquinas inteligentes, a vida será mais fácil ou mais difícil? Meg Temark é professor no MIT e diretor do Future of Life Institute em Cambridge, nos EUA. No seu livro Life 3.0, o professor debate o tópico da inteligência artificial e de como isso irá influenciar a vida da humanidade. Segundo ele, é necessário começar já a debater as questões importantes que rodeiam este tópico para não acordarmos num futuro onde os humanos são dispensáveis.

Temark considera que a inteligência artificial apresenta riscos e oportunidades que não podem ser ignorados. Podemos caminhar para uma civilização idílica onde os robôs e os computadores fazem o nosso trabalho, criam curas para as doenças que afligem a humanidade e aproveitam a energia praticamente infinita gerada pelos buracos negros. Todavia, o professor avisa que se não formos capazes de transmitir com precisão os nossos objetivos a estas inteligências artificiais, é bastante provável que não lhes interesse a nossa sobrevivência.

Para evitar um cenário de apocalipse, Tegmark considera que é preciso que a comunidade global se envolva num debate sério para orientar o desenvolvimento da inteligência artificial, em vez de deixar este trabalho nas mãos das empresas privadas. É necessário encarar questões concretas como as desigualdades geradas pela automação e pela vontade de tornar os humanos obsoletos no mercado de trabalho. Segundo o professor, sai mais barato substituir o trabalho humano pelo de máquinas, pelo que “há uma grande pressão económica para tornar os humanos obsoletos”. São questões que chocam diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030, nomeadamente o oitavo (Trabalho Digno e Crescimento Económico) e o décimo (Reduzir as Desigualdades).

O professor aborda ainda questões como armas letais autónomas e outras que podem ser lidas na íntegra na entrevista dada ao El País.





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