Irão: ter um cão pode dar direito a 74 chibatadas
No Irão, de acordo com a religião vigente, os cães são considerados animais “sujos e impuros” e, como tal, possuir um cão como animal doméstico foi sempre tecnicamente proibido pelos cânones religiosos, embora as punições nunca tenham sido fortemente aplicadas.
Porém, um grupo de deputados iranianos quer aplicar fortes sanções para quem possuir um cão como animal doméstico ou os passear em público e considerar tais actos como crimes. A punição para os infractores da lei, caso seja aprovada, é uma multa ou 74 chibatadas.
“Passear cães, vendê-los ou mantê-los como animais de estimação será punido com 74 chibatadas ou uma multa entre um milhão a 10 milhões de Tomans [€257 a €2.566]”, lê-se na proposta de lei publicada no jornal Shargah, escreve o Guardian. “Passear e brincar com animais como os cães e macacos em espaços livres e públicos é prejudicial à saúde e à paz das outras pessoas, especialmente as crianças e as mulheres, e contra a nossa cultura Islâmica”, lê-se ainda no jornal iraniano.
O Al Arabiya escreve também que os cães que forem encontrados em público serão apreendidos e “transferidos para um jardim zoológico ou para um deserto”, cita o Dodo, com os custos inerentes suportados pelo dono. O destino destes animais para além do transporte para estes locais é incerto.
Apenas os “cães trabalhadores” vão ser permitidos pela nova lei, o que significa que apenas as forças policiais iranianas, os caçadores com licença, os agricultores e pastores ficam isentos do castigo. Dada a antiguidade da norma religiosa, são muito poucos os iranianos que possuem cães, embora uma minoria, especialmente de classe alta que habita nos bairros ricos do norte de Teerão, gosta de ter cães como animais de estimação.
Foto: borocca / Creative Commons