Isabel Bourbon, Helena Antónia e Claúdia Severino vencem 2ª edição do “Movimento Faz pelo Planeta By Electrão”
Estão encontradas as três vencedoras da 2ª edição do “Movimento Faz Pelo Planeta By Electrão”. A iniciativa tem como objetivo “trazer para a ribalta ativistas ambientais menos conhecidos do grande público, denominados como ‘big changers’, que diariamente fazem a diferença em prol do ambiente, de forma a influenciar outros a adotarem comportamentos mais sustentáveis”. Nesta 2ª edição houve mais de 70 projetos a concurso, informa o Electrão em comunicado.
Segundo a mesma fonte, Isabel Bourbon, Helena Antónia e Claúdia Severino são as vencedoras da 2ª edição com os projetos Oiá Plast, Vintage For a Cause e Rotaeco, respetivamente. O 1º prémio tem associado um valor de 7.500 euros, o 2º vencedor recebe 5.000 euros e ao 3º são atribuídos 2.500 euros. Os prémios destinam-se a impulsionar os projetos vencedores, tal como previsto no regulamento.
Foi em 2021 que o Electrão iniciou a procura de “big changers” ou agentes de mudança, de forma a provar que os gestos individuais podem fazer a diferença, e descobriu exemplos extraordinários: Lídia Nascimento, tradutora de inglês-alemão, que há mais de 20 anos recolhe lixo das praias, foi a grande vencedora da 1ª edição do Movimento Faz Pelo Planeta.
“Premiamos projetos que protegem o ambiente e que salvaguardam, em alguns casos, questões sociais relevantes, o que os torna ainda mais valiosos para toda a comunidade. Esperamos que esta iniciativa continue a elevar a fasquia potenciando múltiplos projetos que ajudam a proteger a nossa casa comum de forma muito nobre e original”, elogia o CEO do Electrão, Pedro Nazareth, citado em comunicado.
Conheça em detalhe os prémios vencedores da 2ª edição do “Movimento Faz pelo Planeta By Electrão”:
1º prémio: Oiá Plast – Plástico reciclado à mão
Tudo começou em 2019 na ilha de São Vicente, em Cabo Verde. As paisagens paradisíacas, invadidas por plástico proveniente dos quatro cantos do mundo, levaram Isabel Bourbon a agir. “Transformar esse plástico invasor em objectos pretendidos, enquanto limpávamos praias e mobilizávamos a comunidade para a problemática dos plásticos, foi a nossa missão de quase dois anos de atividade em Cabo Verde”, conta a co-fundadora da Oiá Plast.
Em Março de 2021 mudou-se para Cabeceiras de Basto e hoje é a partir do Norte de Portugal que dá o seu contributo para impedir que os plásticos cheguem ao mar e se depositem nas praias.
A Oiá Plast trabalha na sensibilização e no envolvimento da comunidade para a problemática do plástico. Dinamiza workshops de reciclagem, promove comportamentos mais conscientes e as escolas, comércio e empresas funcionam como pontos de recolha, com o contributo da população local. Às instalações da Oiá chegam, todos os dias, resíduos de plástico que são transformados em diferentes objetos, desde peças decorativas a jogos.
“Na nossa oficina pensamos novos usos para o plástico. Aproveitamos as suas características únicas para criar objetivos úteis, pretendidos e, acima de tudo, feitos para durar”, descreve. “Queremos mudar a forma como as pessoas olham para os resíduos plásticos e afastá-los dos aterros e do meio ambiente”, garante Isabel Bourbon.
O projeto, que já permitiu a recolha e reciclagem de cerca de 350 quilos de plástico, “não é apenas sobre reciclar. Queremos criar objetos com valor e propósito, que permaneçam na vida de quem os detém por muito tempo”. O que para muitos ainda é encarado como lixo, é matéria-prima para novos produtos da Oiá: distintos, úteis, desejados e duradouros.
2º prémio: Vintage For a Cause – Moda circular
Mais do que uma marca de roupa a “Vintage For a Cause” é um projeto que faz pelo planeta e pelas pessoas. “Criamos moda intemporal com resíduos têxteis e com uma causa maior que é a de capacitar e empoderar mulheres desempregadas com mais de 50 anos”, resume a fundadora, Helena Antónia.
A mudança só acontece de forma coletiva e por isso a “Vintage For a Cause” trabalha de mãos dadas com empresas de design, produtores e consumidores, através de workshops e ações de sensibilização, com o fim de promover modelos de consumo mais responsáveis.
A Economia Circular é a base do projeto de moda sustentável criado em 2013, que seleciona e resgata resíduos têxteis de pré-consumo que são depois transformados em coleções de moda por costureiras fora da vida ativa, sinalizadas no âmbito do programa de empoderamento feminino e capacitação “From Granny To Trendy”.
Após o programa as participantes tornam-se “Mending Tutors” (monitoras), voluntárias e/ou costureiras. A “Vintage For a Cause” tem, assim, um forte impacto positivo ao nível social, mas contribui também para a redução do desperdício têxtil.
Ao longo de 10 anos, mais de 1000 mulheres já estiveram envolvidas no projeto, que permitiu, ao mesmo tempo, evitar cerca de 5 toneladas de resíduos, o que equivale a uma poupança de mais de 22,5 milhões de litros de água e 56 toneladas de emissões de CO2.
3º prémio: Rotaeco – No trilho da sustentabilidade
O projeto Rotaeco, que surgiu em 2020, em plena pandemia Covid 19, quer inspirar a mudança através da capacitação dos jovens para a sustentabilidade. Tudo nasceu da necessidade de simplificar a questão da sustentabilidade, para que os jovens consigam adquirir hábitos mais sustentáveis e ter um papel ativo no caminho para a mudança.
“Com publicações informativas nas redes sociais, desmistificamos temas com informação fidedigna e muitas dicas”, resume uma das fundadoras do projeto, Cláudia Severino.
A Academia Rotaeco, destinada aos jovens universitários do Porto, mais do que explicar o problema aos estudantes, envolve-os para que façam parte da solução.
O trilho do Rotaeco tem deixado rasto nas redes sociais, mas também em workshops, webinars, feiras de sustentabilidade e outras ações, como recolha de roupa em segunda mão para venda solidária.
Cláudia Severino acredita que a educação dos jovens que estão prestes a entrar no mercado de trabalho é essencial para garantir cidadãos mais ativos politicamente e consumidores mais conscientes, o que é crucial para uma mudança de paradigma. “Os jovens querem participar, só precisam de alguém que os ouça e que os informe sobre o tema da sustentabilidade, e é isso que temos feito”, remata.