Johnsonville: a cidade vitoriana que o tempo está a apagar (com FOTOS)



Situada na cidade de East Haddam, no estado norte-americano do Connecticut, o subúrbio Johnsonville foi fundado em 1832, pelo empresário Emory Johnson, e prosperou até aos anos 60 deste século, data em que todos os edifícios e infra-estruturas foram comprados por Raymond Schmitt, magnata do sector aeroespacial.

Amante dos estilos de vida do início do século, Schmitt transformou Johnsonville no seu mini-subúrbio vitoriano, tendo importado vários edifícios desta era para esta área – incluindo uma capela e estábulo.

Em 1966, a nostalgia de Schmitt levou-o a comprar um barco a vapor – The American –, que durou pouco tempo no parque de diversões Freedomland, de Nova Iorque. Em 1972, quando o moinho centenário ardeu, Schmitt mandou vir do Massachusetts um relógio, uma loja de brinquedos e uma escola.

No início dos anos 90, Schmitt entrou em choque com as autoridades da cidade de East Haddam e, em 1994, pôs Johnsonville à venda. O empresário nunca conseguiu vender a propriedade, até que em 1998, com a sua morte, os edifícios e todo o terreno foram comprados pela Meyer Jabara, um conglomerado de hotéis.

Desde então, a mini-cidade está deserta e abandonada. Os edifícios começaram a apodrecer e há relatos de esqueletos de animais dentro deles. O abandono de Jonhnsonville está a levar milhares de pessoas a visitar a propriedade por ano – apesar dela estar fechada e com vigilância permanente. O que, na verdade, preocupa os habitantes de East Haddam. “Não param de chegar pessoas, algumas muito estranhas. São gangs fantasmas”, explicou ao Vice um dos seguranças do local, Mike Dirgo.

Quando a propriedade foi colocada para leilão, em 2014, o interesse pela cidade fantasma duplicou e, desde há seis meses, que o local tem vigilância permanente.

Segundo a Meyer Jabara, o objectivo inicial era construir uma comunidade sénior na propriedade. Questões ligadas ao saneamento básico adiaram o projecto durante vários anos, até que a recessão económica pô-lo completamente de parte. “Vimos ali uma oportunidade”, explicou o director de operações da empresa, Justin Jabara. “Infelizmente, o timing não foi o ideal e a economia mudou. Nessa altura, decidimos mantermo-nos no nosso core business”.

Hoje, a Meyer Jabara pede €2,1 milhões pela propriedade, mas esclarece que só a vende a alguém com “espírito empreendedor, uma boa visão e imaginação”. Até lá, Johnsonville continuará a deteriorar-se e permanecerá uma lenda viva da falta de visão e planeamento estratégico empresarial.

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