Jornal brasileiro diz que crise está a levar portugueses a trocar cidade pelo campo



Os jovens portugueses estão a trocar a cidade pelo campo, uma das principais consequências da crise económica que assola o País – e a Europa. Esta é a conclusão de um artigo do conceituado jornal brasileiro Folha de S. Paulo, que diz que o sector agro-alimentar português é o único a manter o crescimento e criar postos de trabalho durante a crise.

O Folha dá o exemplo de Ricardo Sousa, de 29 anos, que trocou o curso de design e multimédia, no Porto, pela agricultura.

“Não vejo possibilidades de trabalhar na minha área de formação”, explicou Ricardo ao jornal brasileiro. Hoje, para além de tirar os próprios rendimentos da produção de cogumelos e kiwis, já emprega mais uma pessoa na lavoura.

“Sousa é um entre muitos jovens portugueses que, devido à crise europeia, recorreram à agricultura como fonte de trabalho e renda”, avança o jornal, que fala nos dramáticos números do desemprego jovem português.

O artigo aborda também o Proder (Programa de Desenvolvimento Regional), da Comissão Europeia, que tem uma linha de subsídio específica para jovens agricultores.

Ricardo recebeu €30 mil (R$ 79 mil) da Europa para se torna empreendedor na agricultura, tendo investido outro tanto de recursos próprios.

Na região da cidade de Amarante, no norte português, a Associação dos Agricultores Riba-Douro classifica como um “boom” a procura dos jovens pelo campo. Dos 112 produtores rurais associados à entidade, mais da metade (63) são jovens. Em 1997, quando a associação surgiu, tinha apenas 17 jovens em sua lista de 52 agricultores associados.

Produção de frutas, cogumelos e horticultura são as áreas que despertam mais atenção. “São na sua maioria jovens cujos pais não já tinham ligação à agricultura, já estavam nas cidades, e que viram uma alternativa [no campo]”, explicou ao Folha Maria de Lurdes Cardoso, engenheira agrícola responsável pela associação. “São licenciados em outras áreas, engenheiros, arquitectos, professores.”

Leia o artigo na íntegra.

Foto: Sob licença Creative Commons





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