Líder do PSD considera que país continua a ter muitas lacunas na gestão da água



O líder do PSD considerou hoje que o país continua a ter muitas lacunas na política de gestão da água, que deve ser encarada como prioridade ao nível do abastecimento público e aproveitamento económico.

Junto à barragem do Cabril, no concelho da Sertã, no âmbito de um périplo pelo distrito de Castelo Branco, Luís Montenegro disse aos jornalistas que é necessário “conjugar todos os interesses que se entrecruzam na gestão da água, desde o ambiental, humano e económico”.

“Continuo a verificar que propostas como aquelas que já fizemos no parlamento para haver um plano nacional de regadio e de gestão de água para consumo humano não são concretizados”, sublinhou.

O presidente dos sociais-democratas considera que a política de gestão da água deve ser uma questão prioritária no país, embora esteja “um tema que não está muito na agenda e passa um bocadinho ao lado”.

“A ausência dessa política integrada preocupa-me, porque estamos a falar de políticas que se projetam para as próximas décadas e que temos de cuidar, já que com as alterações climáticas e os problemas de gestão dos recursos naturais daqui a alguns anos podemos não ter a situação que desejamos, como é o caso da barragem do Cabril que não tem hoje a capacidade que já teve”, salientou.

Apesar dos dias de grande pluviosidade neste outono, “que estão a causar problemas sérios para muitas pessoas, tivemos um ano de seca extrema, em que barragens como o Cabril estiveram em níveis como há muito não se via, e isso causa vários tipos de preocupação e de prejuízo para a gestão de um recurso que não é infindável e, que neste caso, exige dos poderes públicos uma particular atenção”, acrescentou.

Segundo Luís Montenegro, a questão do plano de regadio passa também “ao lado dos temas da espuma da ação política, mas não deixa de ser um tema fundamental para a subsistência de muitas economias de pequena dimensão, mas de muita importância para as pessoas e famílias em causa”.

O líder social-democrata referiu que existem pequenas obras, como açudes e represas, que representam um baixo investimento, “mas são muito reprodutivas do ponto de vista das reservas que criam para níveis de subsistência na agricultura, que de outra forma não conseguem ter viabilidade”.

“Temos de ter planos para reter a água onde é necessária, para a aproveitar nas suas mais variadas utilizações, como a produção de energia”, disse.

Quanto ao acordo de albufeira que Portugal tem com Espanha, o dirigente do PSD considera que o país tem de ser exigente no seu cumprimento e, “em alguns detalhes, poder aprimorar o que está acordado, de maneira a estarmos mais salvaguardados”.

“Temos problemas na relação com Espanha, que estão identificados, mas essa gestão é absolutamente crucial para nós”, referiu Montenegro, desejando que se cumpra o estabelecido e, caso se conclua que é necessário alterações, “essa alteração se faça e o Governo português tenha capacidade negocial”.





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