Limpeza urbana é fundamental para ter cidades atrativas e captar negócios
A limpeza urbana é um fator fundamental para criar cidades atrativas, potenciando a captação de negócios, o crescimento do turismo e a qualidade de vida das populações, defendeu hoje o presidente da Associação de Limpeza Urbana.
“Uma cidade limpa é um ativo para atrair investimentos, seja de multinacionais, centros de negócios ou atividades emergentes, e com um grande impacto na qualidade de vida das pessoas”, disse à Lusa o presidente da Associação de Limpeza Urbana – Parceria para as Cidades + Inteligentes e Sustentáveis (ALU), Luís Capão.
Os desafios e as oportunidades de financiamento para o setor vão ser debatidos no IV Encontro Nacional de Limpeza Urbana – entre 03 e 04 de novembro num hotel em Almancil, no concelho de Loulé (Faro) -, que este ano decorre sob o tema “’Roadmap’ para cidades competitivas e atrativas” e deverá juntar 40 oradores e mais de 350 participantes.
De acordo com o presidente da ALU, os principais desafios que se colocam às cidades “são os que são criados pela crescente falta de capacidade em dar resposta, quer ao aumento da população, quer, acima de tudo, ao crescimento do turismo e a dificuldade em gerir a limpeza”, notou.
“Um dos desafios tem a ver com a falta de sensibilização natural das pessoas para a deposição legal de resíduos nas ruas, problema que se tem vindo a reduzir através de campanhas de sensibilização”, referiu.
Na opinião de Luís Capão, embora se registem cada vez mais investimentos, “por vezes as pessoas não sentem resposta a esses investimentos” ou, por outro lado, há cidades “que não sabem a melhor forma de gerir” a limpeza urbana.
“Há ainda cidades em Portugal que não fazem esse investimento e vão perdendo competitividade e há as que investem mas não têm a mínima noção, porque não há um conhecimento esquematizado e sistematizado da melhor forma de o fazer”, apontou.
Luís Capão defendeu a necessidade de ser criado um índice de limpeza urbana a nível nacional que integre os 308 municípios portugueses, “para perceber quais as cidades que têm melhores indicadores para que possam ser comparados com outros dados, e criar relações de causa e efeito para se saber onde devem ser alocados os investimentos”.
“As autarquias têm de perceber que estes investimentos têm retorno na captação de cidadãos e de empresas, porque é muito mais fácil captar empresas para uma cidade organizada onde a limpeza é um ‘não problema’, do que uma cidade suja com problemas de limpeza urbana”, sublinhou.
Para o responsável, a criação da Associação Limpeza Urbana, atualmente com mais de 40 associados públicos e privados, trouxe mais representatividade a um setor essencial da sociedade que envolve cerca de 20 mil trabalhadores e que tem um custo médio anual estimado de 30 euros por cidadão.
“Em Portugal há ainda muitos municípios em que a limpeza urbana fica para segundo plano das suas prioridades e, agora, o nosso trabalho é ir sensibilizando mais cidades para que se possam juntar à associação que tem como associados autarquias, freguesias e o setor privado”, concluiu.
Promovido pela ALU, o IV Encontro Nacional de Limpeza Urbana contará com cerca de 40 oradores de diversos países e mais de 350 participantes, entre os quais técnicos dos setores público e privados ligados à limpeza urbana.
“Queremos continuar a ter o maior número possível de técnicos para que possam partilhar e aprender com as melhores práticas para capacitar recursos humanos nesta área”, referiu.
O encontro vai reunir em Loulé autarquias de norte a sul do país e das regiões autónomas, empresas públicas e privadas do setor, destacando-se, de entre os oradores nacionais, o secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba, e a secretária-geral do Ambiente, Alexandra Carvalho.
Da agenda dos três dias de trabalhos constam temas como a importância do estado da limpeza urbana como um ativo das cidades, as oportunidades de financiamento da legislação nacional para a limpeza urbana e para os resíduos, as estratégias para acabar com os resíduos abandonados e as boas práticas de sensibilização e mobilização da população.