Lisboa: A campanha Direito à Alimentação, afinal, não saiu do papel
Tinha tudo para ser uma boa ideia mas, pelos vistos, a campanha Direito à Alimentação, que visava a distribuição de refeições, pelos restaurantes, aos mais pobres, não terá saído do papel.
Esta é, pelo menos, a convicção de Helena Roseta, vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, que explicou que foram poucos os restaurantes a aderir e muitas autarquias preferiram não avançar com o projecto.
“A campanha pariu um rato”, explicou a autarca.
Segundo o IOL, várias autarquias explicaram que a campanha está parada por ausência de restaurantes dispostos a fornecerem refeições.
“Foi uma manobra de propaganda. Os restaurantes fizeram o seu número e depois cortaram-se. Aqui em Lisboa, a campanha pariu um rato”, criticou Helena Roseta, que deu um caso concreto.
A autarquia identificou as freguesias com mais idosos isolados e seleccionou 74 famílias. “Só responderam positivamente três restaurantes, por isso insistimos para ver se aderiam mais, mas o resultado foi que passámos de três para zero”, lamentou Roseta.
Desenvolvido pela AHRESP (Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal), o projecto foi lançado em Dezembro último e teve o patrocínio do Presidente da República. O objectivo era criar uma Rede Nacional de Solidariedade que oferecesse refeições a pessoas em situação especialmente difícil.
Em Dezembro, a AHRESP anunciou que mais de 700 restaurantes tinham já anunciado a sua adesão à campanha.
Contactada há dias pelo Público, Ana Jacinto, da AHRESP, disse que a associação contou, nos últimos meses, com a inscrição de cerca de 100 municípios. “Todos os dias temos tido mais inscritos e estamos a funcionar já com estabelecimentos que estão a doar refeições em alguns desses municípios. A campanha está em curso e está em funcionamento”, assinalou.
Recorde-se que, esta semana, com o anúncio do aumento do IVA para a restauração, a AHRESP disse que o projecto poderia ficar em risco. De acordo com Helena Roseta, porém, ele nunca saiu do papel.