Lisboa: Poluição na Rotunda do Marquês desceu drasticamente



Depois de tanta polémica com a nova configuração da Rotunda do Marquês, chegam agora as primeiras conclusões: um estudo da Universidade de Lisboa concluiu que a poluição atmosférica diminuiu no Marquês do Pombal.

Assim, nos quinze dias úteis após as alterações rodoviárias no Marquês de Pombal e na Avenida da Liberdade, a concentração diária de dióxido de azoto e partículas inaláveis manteve-se sempre abaixo do limite legal naquele eixo, enquanto na “primeira quinzena de Setembro este valor foi ultrapassado oito vezes”.

“Sem ter em consideração qualquer outro factor, as concentrações de dióxido de azoto e partículas inaláveis medidas na Avenida da Liberdade diminuíram ligeiramente após as alterações na circulação rodoviária”, explica o estudo, que foi liderado pelo professor Francisco Ferreira, da Quercus, e noticiado pela Lusa.

A investigação afirma que os perfis horários de concentração de ambos os poluentes também mudaram após as alterações de tráfego, estando mais concentradas durante a manhã na Avenida da Liberdade, em vez dos habituais picos da hora de ponta.

Assim, os níveis de partículas inaláveis baixaram 32% (de 53 gramas por metro cúbico para 36 gramas e os de dióxido de azoto tiveram uma redução de 19% (de 67 para 54 gramas por metro cúbico), depois da introdução da nova rotunda.

No entanto, ao comparar a evolução dos níveis de poluentes na Avenida da Liberdade com as estações de monitorização da qualidade do ar de Entrecampos e Olivais, o estudo detectou que nestes locais “também se registaram reduções das concentrações de poluentes no período após 15 de Setembro, por comparação com a primeira quinzena deste mês”.

Os níveis médios de partículas inaláveis baixaram 32% em Entrecampos e 34% nos Olivais, enquanto os níveis de dióxido de azoto tiveram uma redução de 5 e 11%, respectivamente.

Por isso, a redução da poluição na Avenida da Liberdade “poderá não ter tido relação directa” com a introdução da nova rotunda do Marquês de Pombal e com o novo regime de circulação na via, porque a «melhoria da qualidade do ar foi generalizada a toda a cidade”.

Ainda assim, o estudo realça que a redução dos níveis de dióxido de azoto na Avenida da Liberdade foi superior em relação a outros locais, pelo que há por agora indicações de “um efeito positivo decorrente das intervenções neste local”, mais visível no caso deste poluente do que para as partículas inaláveis.





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