Lixeira que matou 16 pessoas em Maputo vai continuar ativa
A lixeira de Hulene, na cidade de Maputo, onde 16 pessoas morreram num desabamento em 2018, vai continuar em funcionamento por “mais tempo”, por ainda não haver uma “solução definitiva”, avançou o município da capital moçambicana.
Segundo o vereador do Ordenamento Territorial, Ambiente e Urbanização do Conselho Municipal de Maputo, Silva Magaia, em declarações ao canal público TVM, o local que tinha sido identificado para acolher a nova lixeira de Maputo não estará disponível “a breve trecho”.
“Enquanto não for concebida uma solução definitiva, o município de Maputo continuará a estudar e a incrementar os mecanismos de segurança nesta lixeira [de Hulene] para que continue a receber resíduos recolhidos na urbe, por mais tempo”, declarou Magaia.
A primeira alternativa a Hulene era a construção de um aterro sanitário em Matlemele, no município da Matola, arredores de Maputo, mas essa opção está longe de se concretizar, explicou, sem indicar as razões.
As autoridades de Maputo apostam agora na construção de um aterro no distrito da Katembe, na margem sul da baía da capital, numa área de 25 hectares.
O projeto da Katembe conta com o financiamento do Banco Mundial.
“Introduzimos uma metodologia de deposição de resíduos sólidos [na lixeira de Hulene] que nos permite ter uma almofada até que tenhamos o aterro da Katembe pronto para uso em 2024”, avançou.
Em 2018, 16 pessoas morreram quando um desabamento de lixo em Hulene atingiu várias casas construídas em redor, levando as autoridades moçambicanas a assumir o compromisso de encontrar outro destino para os resíduos.
Na altura, várias famílias foram retiradas das proximidades de Hulene para casas de arrendamento pagas pelo Governo.
Além de acolher lixo, o lugar é também fonte de rendimento para mais de 500 catadores que apanham resíduos recicláveis.