Londres: primeira classe dos comboios pode diminuir para aliviar a sobrelotação



Em Londres, é comum ver os passageiros apertados nas carruagens comuns superlotadas dos comboios à hora de ponta, que nem verdadeiras sardinhas em lata, enquanto na primeira classe imperam os lugares vagos. Esta tendência, contudo, pode ter os dias contados.

Uma investigação focada na chegada dos comboios às estações londrinas de Paddington, Waterloo, Liverpool Street e King’s Cross, entre as 8h e as 9h, mostrou que os comboios incluem normalmente três carruagens de primeira classe e cinco standard. Acontece que apenas cerca de 50% dos assentos de primeira classe estavam ocupados nestes comboios. Menos de um quinto das carruagens de primeira classe estavam cheias ou quase cheias e algumas tinham apenas três ou quatro pessoas em compartimentos com 48 assentos.

Em quase todos os casos, os passageiros viajam em carruagens standard, que acomodam 80 pessoas cada. A operadora East Coast revelou que as suas carruagens de primeira classe estão, em média, completas em 40% – mas foi a única que aceitou divulgar os números.

“É sensato pensar num mix das carruagens de primeira classe e standard nas nossas ferrovias”, afirmou Patrick McLoughlin. O secretário dos transportes revela que essa opção poderia oferecer uma melhor experiência aos passageiros, mas alerta que “é importante ficar absolutamente claro que não é uma solução para os graves problemas de capacidade que enfrentamos”.

Ao definir os termos dos contratos das empresas ferroviárias, McLoughlin pode especificar critérios detalhados a serem cumpridos – e que podem incluir a adição de mais assentos nas carruagens comuns à custa da primeira classe.

“Deve ser alcançado um equilíbrio entre o número de carruagens padrão e de primeira classe que um comboio tem”, defendeu Anthony Smith, funcionário da Passenger Focus. “É claro que onde os passageiros estão a ser espremidos em vagões de classe standard, enquanto há uma série de lugares vazios na primeira classe, este equilíbrio não está a ser alcançado.”

Os críticos da medida insistem, contudo, que o conforto dos passageiros que pagam um preço mais alto deve vir antes da procura das empresas ferroviárias pela maximização dos lucros.

Dados do governo divulgados em Julho mostram que um em cada cinco passageiros em Londres tem de ficar de pé nas viagens durante as horas de ponta da manhã.

Foto: Sob licença Creative Commons





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