Londres: ricos voltam ao centro da cidade e relegam mais pobres para os subúrbios



A tendência que, durante um século, levou os cidadãos mais ricos de Londres a viverem nos subúrbios e possibilitarem que os menos favorecidos economicamente encontrassem o seu espaço no centro está a mudar.

Segundo um estudo publicado na semana passada pelo Centre for London, os cidadãos mais ricos estão a voltar ao centro de Londres, relegando os agregados familiares mais pobres para os subúrbios.

“Em tempos, um visitante teria de se deslocar até aos bairros trabalhadores do centro de Londres para ver sinais evidentes de pobreza. Em 2015, um visitante que regresse a essas áreas vai encontrar os residentes mais ricos de Londres, a viverem nas casas mais caras da cidade”, explica o City Lab.

O estudo avança que esta tendência – o regresso dos endinheirados ao centro das cidades – ocorre noutras cidades do mundo ocidental. Mas o que torna o caso londrino mais particular é a forma intensa e rápida como esta mudança aconteceu. “Em algumas áreas, os níveis de riqueza subiram tão rapidamente que alguns dos residentes mais velhos ainda não acreditam no que vêem todos os dias”, continua o City Lab. Algo que, de resto, o Green Savers já tinha falado em Junho passado, citando o autor Tom Bolton.

Este aumento da riqueza pode parecer uma boa notícia, mas há alguns senãos. Os bairros da zona leste de Londres continuam a ter a maior percentagem de crianças a viver em situações de pobreza no Reino Unido, o que significa que estes novos residentes não fizeram nada para melhorar as condições de vida dos residentes mais pobres e que há mais tempo habitam naqueles bairros.

Por outro lado, a diversidade étnica de Londres está também ameaçada, uma vez que os residentes mais ricos são, também, sobretudo britânicos.

O próximo desafio de Londres é perceber que os subúrbios foram desenhados para populações mais pequenas e ricas. Assim, todo o novo planeamento urbano terá de ter em conta hospitais e escolas e públicas, assim como transportes públicos de qualidade. Será que a cidade está à altura do seu pergaminho como uma das mais dinâmicas do mundo?

Foto: Nikos Koutoulas / Creative Commons





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