Lousã contra subida do tarifário proposta pela Resíduos Sólidos do Centro
A Câmara da Lousã manifestou ontem a sua posição contra a proposta de subida do tarifário da empresa ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro.
O executivo da Câmara da Lousã, liderado pelo PS, aprovou na segunda-feira, em reunião do executivo, uma moção apresentada pelos vereadores do PSD contra a proposta de subida de tarifário, referiu hoje o município, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
Aquela autarquia do distrito de Coimbra já tinha também manifestado a sua posição à Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR) em 20 de dezembro de 2022, através da qual discordava totalmente do “brutal aumento de tarifa preconizado pela ERSAR para 2023 e 2024, bem como em relação à inexistência de medidas de incentivo ao aumento da eficiência da gestão da ERSUC”.
Segundo a Câmara da Lousã, a tomada de posição é “consentânea” com as já assumidas pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, pela APIN – Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior e mais recentemente pela Assembleia Intermunicipal da Região de Coimbra.
“De referir que a ERSAR pretende aprovar um aumento da tarifa de 160,3% em quatro anos, se compararmos a tarifa de 2024 (75,37 euros por tonelada) com a tarifa de 2020 (28,96 euros por tonelada)”, realçou o município.
Para a autarquia, “este aumento terá um impacto significativo na fatura paga pelos munícipes”.
Na nota de imprensa, a Câmara da Lousã realça ainda que, em 2015, “apenas 37% do volume de negócios da ERSUC era obtido por via da tarifa”, tendo o valor subido para 59% em 2021.
“Entende a Câmara Municipal da Lousã que este caminho leva a que, mais uma vez, os municípios/clientes sejam penalizados, dando resposta por via da tarifa à falta de uma gestão mais eficiente da concessionária, nomeadamente na procura de soluções que possam complementar e/ou atenuar esta situação”, salientou, dando como exemplos de soluções “atividades complementares, biogás ou recicláveis”.
O município manifestou ainda a sua preocupação “relativamente à cada vez menor capacidade de resposta e de inovação da ERSUC”, considerando que não existe incentivo para a Resíduos Sólidos do Centro “reduzir os seus custos operacionais por forma a mitigar os aumentos de tarifa”.
Também no distrito de Coimbra, a Câmara da Figueira da Foz admitiu em dezembro de 2022 poder abandonar a ERSUC, criticando os aumentos “inadmissíveis” nas tarifas aprovadas pela ERSAR.