Má qualidade do ar mata 6630 pessoas por ano em Portugal



Um relatório da Agência Europeia do Ambiente divulgado recentemente – baseado em dados de 2014-, estima que em Portugal, por ano, morram prematuramente 3710 pessoas devido às elevadas concentrações de partículas finas (PM2.5), 2410 devido ao dióxido de azoto (NO2) e 280 devido ao ozono, num total de 6630 mortes anuais associadas à qualidade do ar.

Segundo a Zero, os dados agora conhecidos revelam “um elevado aumento de mortalidade face à estimativa feita para 2013 no que respeita ao dióxido de azoto que passaram de 150 para 2410 mortes prematuras anuais”. Ora para Portugal, os números agora conhecidos significam quase 38 mil anos de vida perdidos associados às partículas finas (PM2.5), cerca de 27 mil anos de vida perdidos associados ao dióxido de azoto, e 2900 associados às elevadas concentrações de ozono.

Portugal surge assim como um dos países da EU28 com um dos mais elevados valores, em termos relativos. Em comunicado, a organização ambiental defende que o nosso país “tem de melhorar a recolha e envio de dados, nomeadamente porque é um dos poucos países que não reportou dados referentes a um dos poluentes obrigatório e considerado carcinogénico, o benzo(a)pireno.”

A Avenida da Liberdade, bem no coração de Lisboa, surge como um dos pontos negros na qualidade do ar do nosso país. Dados recentemente disponibilizados pela Agência Portuguesa do Ambiente mostram que a estação de monitorização da qualidade do ar da Avenida da Liberdade em Lisboa teve, ao longo de 2016, uma média anual de dióxido de azoto registada (57,3 g/m3), muito acima do permitido pela legislação europeia e nacional (40 g/m3).

Também no Porto a qualidade do ar revela algumas fragilidades com a estação de Francisco Sá Carneiro / Campanhã a revelar valores de 74,8g/m3. Em Braga, na estação de monitorização de Frei Bartolomeu Mártires – São Vitor os dados relativos a 2016 mostram números na ordem dos 55,3g/m3.

Em todos estes locais, “o tráfego rodoviário é o responsável pela ultrapassagem dos valores-limite, pelo que é indispensável a tomada de medidas para redução das concentrações em causa da responsabilidade fundamentalmente das autarquias das zonas afectadas”, alerta a Zero.

Solução para este problema? Para os ambientalistas, o futuro passa pela “implementação de medidas profundas, que promovam as formas suaves de mobilidade, o transporte público, a mobilidade eléctrica, a par de medidas de fiscalidade verde com forte penalização do uso de combustíveis fósseis.”

Foto: via Creative Commons 





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